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Notícias | Legislativo

"Que presidente é este que tem medo de pressão de quem está fazendo algo errado?"

26/06/2021 - 08:03 | Atualizada em 28/06/2021 - 08:04

Cícero Henrique

Foto: Reprodução

Já no final da noite de sexta-feira (25) o senador Alessandro Vieira fez uma arguição forte, questionando na CPI da Covid o deputado federal Luis Miranda. "O seu irmão merece todo o respeito dos brasileiros, teve a coragem de denunciar. Mas o senhor não. O senhor não teve a coragem de dizer o nome do deputado que o presidente Bolsonaro mencionou".

Em seguida, a senadora Simone Tebet passou a questionar Miranda. "O senhor não quer dizer o nome de Ricardo Barros", ao que Miranda respondeu: "A senhora sabe que eu vou ser perseguido. (...) Eu sei o que vai acontecer comigo. A senhora [Simone Tebet] também sabe que é o Ricardo Barros que o Presidente falou. (...) Foi o Ricardo Barros"

"Vocês não sabem o que eu vou passar. Apontar um Presidente da República [Bolsonaro] que todo mundo defende como uma pessoa correta, honesta. Que sabe que tem algo errado, sabe o nome e não faz nada por medo da pressão (...). Que presidente é esse que tem medo de pressão de quem está fazendo algo errado? De quem desvia dinheiro público das pessoas morrendo na porra desse Covid?", questionou Miranda, em lágrimas.

A revelação coloca o líder do governo, Ricardo Barros, na mira da CPI, além de complicar o Presidente Bolsonaro, que prevaricou, sabia do esquema e não denunciou à Polícia Federal. Opositores veem nisso motivo mais que suficiente para o impeachment de Bolsonaro. 

Para Fabiano Contarato (Rede-ES), a revelação reforça a necessidade de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. O senador disse esperar que o presidente da Câmara, Arthur Lira, leve avante um dos mais de 130 pedidos de afastamento do chefe do Executivo. Segundo Contarato, a CPI precisa dar uma resposta à altura sobre essa denúncia.

— Os brasileiros precisam abrir os olhos. A denúncia vem de alguém que é da base do governo — declarou.

Eliziane Gama (Cidadania-MA) afirmou que a admissão do nome de Ricardo Barros confirmaria que o presidente Bolsonaro não só sabia das supostas irregularidades como não fez nada para impedi-las. Para a senadora, trata-se de crime de prevaricação. A parlamentar manifestou solidariedade a Luis Miranda, que até chorou ao falar do nome de Ricardo Barros e do receio de ameaças a sua família.  

Resposta

Pelo Twitter, o deputado Ricardo Barros afirmou que não participou de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. “Não sou esse parlamentar citado”, registrou o deputado, acrescentando que “a investigação provará isso”. Barros negou que tenha indicado a servidora Regina Célia, fiscal de contratos que teria autorizado a continuidade do processo de compra da Covaxin dentro do Ministério da Saúde. O deputado afirmou não ter “relação com esses fatos”. (Com informações da Agência Senado)

 

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