O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues, disse ver com tranquilidade a
decisão do ministro Ricardo Lewandowski que garantiu ao ex- ministro da Saúde Eduardo Pazuello o direito de silenciar sobre perguntas que possam prejudicá-lo. A liminar também garante que o ministro não será preso durante depoimento na próxima quarta-feira (19).
Rodrigues lamentou que Pazuello "se esconda atrás de um habeas corpus", mas respeita o direito do ex-ministro. Garantiu que a CPI continuará buscando a verdade. "É a mínima satisfação que podemos dar às mais de 430 mil famílias brasileiras que estão despedaçadas pelo coronavírus", afirmou.
No Twitter, o vice-presidente da CPI destacou trecho da decisão do ministro Ricardo Lewandowski que determina que "ele tem o direito de se calar sobre si, mas deverá responder sobre fatos de terceiros, emitir juízos de valor, bem como responder às questões que envolvam ações, omissões".
A CPI ouviu esta semana o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
Antônio Barra Torres,
Fabio Wajngarten (ex-Secom) e o representante da Pfizer
Carlos Murillo.
Nas redes sociais imprensa e apoiadores da CPI da Covid municiam em tempo real a comissão, publicando documentos, prints, vídeos e entrevistas das testemunhas, apontando contradições nos depoimentos. O temor de Pazuello é justamente este, ser pego mentindo durante o depoimento.
Próximos depoimentos
A CPI da Covid recebe na terça-feira o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. Ambos são considerados peças-chave para elucidar a atuação do governo na condução da mais grave crise sanitária já enfrentada.