Após os depoimentos dos dois primeiros ministros da Saúde do governo do presidente Jair Bolsonaro, a CPI da Pandemia recebe nesta quinta-feira (6) o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, às 10h, e o diretor-presidente da Agência de Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, às 14h.
Marcelo Queiroga está à frente do Ministério da Saúde desde 23 de março deste ano. O médico cardiologista assumiu o cargo com o desafio de chefiar a pasta no pior momento da pandemia no país, quando se somavam cerca de 300 mil mortes no Brasil.
O ministro é fortemente cobrado pela vacinação em massa da população. Há poucos dias, em 26 de abril, Queiroga participou de audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19 (CTCOVID19).
À época, Queiroga afirmou que o governo não reduziu suas metas iniciais de imunização, apenas retirou do cronograma vacinas que ainda não foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a indiana Covaxin, que inicialmente teria previsão de 20 milhões de doses em calendário do Ministério da Saúde.
Anvisa
Na tarde desta quinta, os senadores ouvirão o depoimento do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. A expectativa dos parlamentares é de que ele fale sobre os processos de liberação de imunizantes contra a covid-19, assim como o recente processo que culminou com a negativa do registro da vacina Sputnik V.
Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou requerimento para convidar dirigente da Abin a explicar declaração de Jair Bolsonaro sobre a China. O presidente da República afirmou que o coronavírus pode ser parte de guerra química.
Começa o depoimento
Queiroga afirmou que é preciso investir em medidas não farmacológicas, além de adotar uma política de testagem para orientar isolamento de pacientes e fortalecer o sistema de saúde para atender casos mais graves.
Pressionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre o motivo do colapso na saúde, o ministro Marcelo Queiroga disse que houve "imprevisibilidade biológica" e, além disso, faltou fortalecimento do Sistema Único de Saúde.
Sobre distanciamento social, Queiroga disse que é algo a ser definido conforme a situação de cada estado e município. Mas, segundo ele, é preciso que o Ministério da Saúde discipline a questão.
Queiroga disse que não foi consultado sobre decreto de proibição de medidas de distanciamento social. Ele também afirmou não ter conhecimento de aconselhamento paralelo ao presidente da República sobre a pandemia.
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