A operação TEMPUS VERITATIS (HORA DA VERDADE) trouxe a público um fato que quase passa despercebido do noticiário. O relatório da Polícia Federal sobre a investigação dos idealizadores e financiadores de uma tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022 revelou uma mensagem de áudio de Mauro Cid, ex-Ajudante de Ordens do então presidente Jair Bolsonaro, com o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército.
No áudio datado de 9/12/2022, Mauro Cid 'atualiza' o general e diz que Jair Bolsonaro estava sendo pressionado "por uns caras do agro", "alguns deputados" a tomar uma medida mais radical "utilizandos as forças".
"O presidente vem sendo pressionado aí por vários atores a tomar uma medida mais radical né, mas ele ainda tá naquela linha do que foi discutido que foi conversado com os comandantes e com o ministro da defesa", diz a parte inicial da fala de Cid.
"A pressão que ele recebe é de todo mundo. Ele está...é cara do agro, são alguns deputados, né?".
Para a Polícia Federal, no entanto, a informação não foi olvidada. Prossegue a apuração para identificar quem são estes "caras do agro".
No áudio, Mauro Cid diz ainda que
"ele" [presidente] "enxugou o decreto". Segundo a PF, o decreto em questão seria a minuta do golpe encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, decretando GLO e determinando a prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes e o presidente do Congresso .
No mesmo dia do registro deste áudio, 9/12/2022,
Jair Bolsonaro se encontrou com o senador
Marcos do Val e o deputado federal Daniel Silveira. Do Val disse à imprensa que lhe foi pedido, naquela reunião, que gravasse o ministro Alexandre de Moraes falando sobre as eleições para acusá-lo de interferir no resultado das eleições. A ideia era prender o ministro, promover intervenção federal no Tribunal Superior Eleitoral, anular a eleição de Lula e manter Jair Bolsonaro no poder.