informe o texto

Notícias | Brasil

STF enterra, mas o Senado ressuscita o marco temporal para terras indígenas

27/09/2023 - 20:06 | Atualizada em 02/10/2023 - 17:44

Da Redação

STF enterra, mas o Senado ressuscita o marco temporal para terras indígenas

Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal

O Supremo Tribunal Federal (STF) finalizou nesta quarta-feira (27) o julgamento que invalidou a tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Foram 12 sessões para julgar o caso. 

Na semana passada, por 9 votos a 2, o Supremo invalidou o marco temporal, mas a conclusão sobre os demais pontos debatidos foi adiada.

Hoje, os senadores aprovaram por 43 votos a 21 o PL 2.903/202, que estabelece um marco temporal de referência para demarcação de terras indígenas.

De autoria do ex-deputado por Mato Grosso, Homero Pereira (1955-2013), já falecido, e relatado pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), o projeto segue agora para a sanção da Presidência da República. A matéria foi aprovada nessa manhã pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e enviada ao Plenário — onde foi aprovado um requerimento para o texto tramitar em regime de urgência.

Pela proposta, os povos indígenas só poderão reivindicar a posse de áreas que ocupavam, de forma permanente, em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Na prática, se as comunidades não comprovarem que estavam nas terras nesta data, poderão ser expulsas.

O projeto também prevê a exploração econômica das terras indígenas, inclusive em cooperação ou com contratação de não indígenas. A celebração de contratos nesses casos dependerá da aprovação da comunidade, da manutenção da posse da terra e da garantia de que as atividades realizadas gerem benefício para toda essa comunidade.

STF x Congresso Nacional

O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco, afirmou nesta quarta-feira (27) que vê com naturalidade a competência do Poder Legislativo em deliberar sobre o marco temporal para reconhecimento e demarcação de terras indígenas. Ele destacou que a medida não representa embate com o Judiciário. Na semana passada, a tese contra o marco temporal alcançou maioria de votos no Supremo Tribunal Federal (STF).

A votação relâmpago deixa claro que, quando é do interesse dos congressistas, a tramitação é célere.

A tendência é que o tema seja judicializado. Na última quinta-feira (21/09) o STF julgou inconstitucional a tese do marco temporal.
 

Informe seu email e receba notícias!

Sitevip Internet