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Coronel do órgão de repressão política durante a ditadura diz que Dilma Rousseff participava de organizações terroristas

10/05/2013 - 16:42

Fernando Meira Dias, de Brasília para o Caldeirão Político

O chefe do órgão de repressão política durante a ditadura militar (DOI-Codi-SP), o coronel reformado Carlos Alberto Brilhande Ustra, afirmou nesta sexta-feira, 10, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade que a presidente Dilma Rousseff participou de “organizações terroristas” com o objetivo de implantar o comunismo no Brasil.

Ustra conseguiu na justiça o direito de ficar calado durante o depoimento na Comissão Nacional da Verdade, mas mesmo assim ele em alguns momentos se manifestou. O coronel se referiu à presidente Dilma, ao afirmar que só está falando à Comissão, porque após muita luta dos militares o regime comunista não conseguiu ser implantado.

“ A nossa atual presidenta da República pertenceu a quatro organizações terroristas que tinham isso, de implantar o comunismo no Brasil. Então estávamos conscientes de que estávamos lutando para preservar a democracia e estávamos lutando contra o comunismo. Se não fosse a nossa luta, se não tivéssemos lutado, hoje eu não estaria aqui porque eu já teria ido para o ‘paredon‘. Hoje não existiria democracia nesse país. O senhores estariam em um regime comunista como o do Fidel Castro,” disse Ustra.

Ustra foi chefe do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do II Exército, órgão de repressão política durante o regime militar.

Nos anos 1960, a presidente Dilma Rousseff integrou as organizações clandestinas Política Operária (Polop), Comando de Libertação Nacional (Colina) e Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), dedicadas a combater a ditadura militar. Condenada por "subversão", ela passou três anos presa no presídio Tiradentes, em São Paulo (entre 1970 e 1972). No final dos anos 1970, no Rio Grande do Sul, ajudou a fundar o PDT, de Leonel Brizola. Em 1990, filiou-se ao PT.

O Coronel foi indagado de como eram os instrumentos de torturas usados pelos militares, mas nesse momento ele se calou. “Me reservo o direito obtido na justiça de ficar calado. Essas informações estão no meu livro. E para cooperar com essa Comissão de Verdade disponibilizei a cópia desse meu livro que fala de tudo daquela época”, disse Ustra.

A presidente Dilma Rousseff e o palácio do Planalto ainda não se pronunciaram sobre o assunto. Certamente ela iria se pronunciar em breve.

 

 

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