O Supremo Tribunal Federal (STF) intimou o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, nesta quinta-feira, 6, para prestar informações a respeito de uma suposta polícia paralela criada pelo governo estadual. A intimação ocorreu em decorrência de uma reclamação constitucional apresentada na corte em 22 de fevereiro por dois jornalistas que alegam ser alvos dessa suposta “polícia paralela”, a qual teria como objetivo perseguir profissionais de imprensa que denunciam o Executivo estadual. Essas informações são do site Metrópoles.

A decisão da ministra Cármen Lúcia também teve o efeito de anular uma determinação do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, que ordenou uma busca e apreensão contra dois jornalistas, Alexandre Aprá e Enock Cavalcanti, responsáveis por divulgar denúncias contra o governador Mauro Mendes.

Conforme a reclamação constitucional protocolada no STF, Aprá e Cavalcanti tiveram seus computadores e celulares apreendidos pela Polícia Civil do Mato Grosso por decisão judicial. Ambos foram alvos de um inquérito policial, no qual foram imputados crimes como calúnia, ameaça e associação criminosa.

Além do inquérito que envolve Aprá e Cavalcanti, a reclamação revela que a Polícia Civil do Mato Grosso abriu mais 16 inquéritos contra outros profissionais de imprensa. O caso foi levado ao conhecimento do secretário Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, Jean Uema, em 1º de março.

Em resposta, o Ministério da Justiça decidiu formar um grupo de trabalho para acompanhar a situação dos jornalistas no Mato Grosso. Esse grupo contará com a participação da Secretaria de Comunicação do governo federal, da Secretaria Nacional de Justiça, da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), do Instituto Vladimir Herzog e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Questionado sobre as acusações de criação de uma “polícia paralela” para perseguir jornalistas que o denunciam, o governador Mauro Mendes negou as alegações, afirmando: “Isso é uma mentira, sem qualquer lastro na verdade”.

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