A morte da jovem Jéssica Canedo, 22 anos, de Araguari (MG), levantou o debate sobre os limites nas redes sociais. Alvo de ataques depois que o perfil @choquei compartilhou a falsa notícia, originalmente publicada pelo perfil 'Garoto do Blog', de que ela teria um relacionamento com o humorista Whinderson Nunes, a jovem não teria suportado a pressão e tirou a própria vida. A polícia investiga se ela foi influenciada a cometer susicídio.

Jéssica chegou a publicar uma longa carta negando a notícia e pedido a retirada da publicação, mas foi ironizada. A mãe dela publicou um vídeo explicando que a jovem sofria de depressão, mas foi ignorada.

Massacrada após a repercussão da fake news no perfil Choquei no Instagram, com 21 milhões de seguidores, e no X, com 7 milhões de seguidores, a jovem se tornou simbolo da injustiça e da impotência diante da sana de internautas que se julgam no direito de ofender e destruir reputações.

O caso mobilizou ministros de Estado, como Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e Cidadania, que defendeu a regulação das mídias sociais. 

“A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável”, escreveu Almeida.

Cida Gonçalves, ministra das Mulheres, citou que a morte de Jéssica foi causada pela irresponsabilidade de perfis que lucram com a disseminação de mentiras e a misoginia.

Opositores do governo Lula dizem temer a censura nas redes e defendem a responsabilização penal e o bloqueio da página do Choquei.

A Choquei negou, por meio de nota assinada pela advogada Adélia de Jesus Soares: “O perfil Choquei, por meio de sua assessoria jurídica, vem esclarecer aos seus seguidores e amigos que não ocorreu qualquer irregularidade na divulgação das informações prestadas por esse perfil. Cumpre esclarecer que não há responsabilidade a ser imputada pelos atos praticados, haja vista a atuação mediante boa-fé e cumprimento regular das atividades propostas”.

Após a repercussão da nota, a Dra. Adélia esclareceu que não é responsável pela defesa do Choquei e classificou o caso como 'horroroso'. 

O comediante Whinderson Nunes proôs a criação da 'Lei Jéssica', para criminalizar a divulgação de conversas privadas "a não ser que seja para denunciar alguma coisa'.