Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), 38 senadores informaram ter recebido recursos públicos por meio de emendas do chamado orçamento secreto em 2021. Segundo reportagem do Estadão neste sábado (9), a distribuição de verba se deu depois da confirmação da eleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) a presidente do Senado. Parte dos senadores não informou os valores, o que, segundo a reportagem, indica que o valor liberado foi maior.

A média de emendas liberadas aos apoiadores de Rodrigo Pacheco foi de R$ 92 milhões no ano passado. Ao todo, seus apoiadores levaram R$ 2,3 bilhões. 

O senador Jayme Campos (União-MT) está entre os dez agraciados com maior volume de recursos, com R$69,9 milhões. Os outros dois senadores por Mato Grosso, Wellington Fagundes e Carlos Favaro, não informaram quanto receberam do orçamento secreto, a despeito da determinação da Corte.



O relator do orçamento secreto, senador Marcio Bittar (União-AC), destinou para sua base eleitoral R$ 460,3 milhões. Eliane Nogueira (Ciro Nogueira) do PP-AC, levou R$399,3.

Em nota, Marcos do Val afirmou ter sido “mal interpretado” na entrevista ao Estadão e que seu acesso às emendas de relator não foi em troca de votos no Senado. O senador destacou, ainda, que todo recurso recebido foi destinado ao Espírito Santo. “Peço desculpas por eventual mal entendido”, escreveu.

Marcos do Val foi o relator do Orçamento 2023 e incluiu no texto dispositivo que obriga o governo a liberar os recursos no ano que vem. O texto ainda submete as indicações à assinatura de um aliado direto de Arthur Lira e ao relator-geral do Orçamento, como é hoje, mantendo o domínio do presidente da Câmara sobre as verbas. A liberação de emendas milionárias a aliados do governo é usada para evitar a ação de parlamentares na CPI do MEC, que investigará o balcão de negócios instalado no ministério.

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