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Notícias | Executivo

O governo Bolsonaro gasta R$ 77 mi de verbas da Covid-19 em passagens e diárias

19/10/2020 - 11:04 | Atualizada em 19/10/2020 - 11:08

Redação

Em meio à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o governo federal gastou R$ 77,3 milhões com a compra de passagens, diárias e despesas com locomoção.

É como se, desde a identificação do primeiro adoecimento no país, em 28 de fevereiro, até 15 de outubro, os cofres públicos desembolsassem diariamente R$ 336 mil com esse tipo de despesa.

Os dados fazem parte de um levantamento do Metrópoles, com base em dados do painel Monitoramento dos Gastos da União com Combate à Covid-19, plataforma alimentada pelo Tesouro Nacional com dados do Ministério da Economia.

O maior gasto ocorreu na rubrica “Passagens e despesas com locomoção”. Ela é responsável por R$ 66,1 milhões. Foram R$ 44,3 milhões em locação de meios de transporte, R$ 20 milhões em passagens para o exterior e R$ 1,1 milhão em passagens nacionais.

 

A União gastou ainda R$ 14,8 mil em pedágios, R$ 591 em transporte de servidores e R$ 17,2 mil em locomoção urbana.

Nas despesas de “Diárias – Pessoal Civil”, o governo registrou gastos de R$ 10,4 milhões em reservas no Brasil. Já na “Diárias – Pessoal Militar” são R$ 845,7 mil. Neste caso, aparecem pagamentos no exterior.

Segundo o painel Monitoramento dos Gastos da União com Combate à Covid-19, o governo federal despendeu R$ 304 mil em diárias fora do Brasil. O valor representa 36% do total usado com militares. Outros R$ 541,3 mil foram gastos no país.

A despesa com diárias e passagens para servidores civis e militares é comum no governo, mas pouco usual em tempos de recomendação de isolamento social.

Vale frisar que o custeio dessa despesa foi feito com dinheiro do orçamento paralelo, apelidado de “orçamento de guerra“, para que ocorresse sem maiores entraves burocráticos e amarras fiscais.

Onde foi o dinheiro

As informações registradas no painel do Tesouro Nacional mostram que o dinheiro foi usado no “enfrentamento de emergência de saúde pública de importância”, “prevenção e repressão ao tráfico de drogas e ao crime”, “proteção e promoção dos direitos de povos indígenas”, “regularização, demarcação e fiscalização de terras indígenas”, “administração de unidade” e “acolhimento humanitário e interiorização de migrantes”.

Apesar das informações, o governo não detalha quem usou diárias, quando, quem autorizou e quais as prerrogativas para essas despesas. Vale lembrar que, estados e municípios fecharam hotéis, pousadas e hospedarias por conta da Covid-19 e das recomendações de distanciamento.

Versão oficial

Metrópoles pediu a discriminação dos gastos ao Ministério da Economia. Em nota, a pasta resumiu que “o painel apenas compila o fluxo de caixa na conta única. Para mais detalhes, você deve se dirigir aos ministérios e órgãos responsáveis por esses gastos”. (Metrópoles)

 

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