O nome da operação deflagrada nesta sexta-feira (11) pela Polícia Federal, Lucas 12.2, remete à revelação de fatos ocultados. Além disso, o uso da passagem bíblica não deixa de ser uma ironia com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que alardeava o versículo "Direis a verdade, e a verdade vos libertará".
As investigações da Polícia Federal avançam e fica cada vez mais claro que Jair Bolsonaro não fazia o que pregava.
Sigilo derrubado
O ministro Alexandre de Moraes derrubou o sigilo da decisão que autorizou a Operação Lucas 12.2.
Segundo a Polícia Federal, mensagens trocadas entre Mauro Cid, o general da reserva Mauro Lourena Cid (seu pai), Frederick Wassef e Osmar Crivelatti evidenciam a
associação destes no esquema de lavagem de capitais e peculato.
Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes diz ser desnecessária nova busca e apreensão em desfavor de
Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Barbosa Cid e Marcelo Costa Camara, considerando que os mesmos
já foram alvos na fase ostensiva da investigação sobre inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19.
O papel de Jair
"Os elementos de prova colhidos demonstraram que na gestão do ex-Presidente JAIR MESSIAS BOLSONARO,
foi criada uma estrutura para desviar os bens de alto valor presenteados por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República, para serem posteriormente
evadidos do Brasil, por meio de aeronaves da Força Aérea brasileira e vendidos nos Estados Unidos, fatos que, além de ilícitos criminais, demonstram total desprezo pelo patrimônio histórico brasileiroe desrespeito ao Estado estrangeiro, cujos presentes ofertados, em cerimonias diplomáticas, podem retratar aspectos de suas culturas e representa um gesto de cortesia e hospitalidade ao Brasil,representado naquele momento pelo Presidente da República."
"Diante do exposto, as medidas cautelares de busca e apreensão propostas permitirão colher novos elementos relacionados àssituações fáticas investigadas relacionadas aos crimes de peculato e lavagem decapitais,podendo esclarecer, porexemplo,os valores pagos para recuperação dos bens,a origem dos recursos utilizados para recuperação dos bens, a participação de outras pessoas nos crimes investigados, a existência de novos bens desviados do acervo público e a tramitação dos recursos ilícitos decorrentes da venda dos bens."
“Com o avançar das investigações, destacou a autoridade policial que foram identificados, até o presente momento,
cinco eixos principais de atuação da referida organização criminosa:
(a) ataques virtuais a opositores;
(b) ataques às instituições (STF, TSE), ao sistema eletrônico de votação e à higidez do processo eleitoral;
(c) tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
(d) ataques às vacinas contra a Covid-19 e às medidas sanitárias na pandemia e;
(e) uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens”.
Veja a íntegra da decisão
Reflexo do general Mauro Lourena Cid ao fotografar joias