A Polícia Federal está cumprindo nesta manhã de quarta-feira (2-08) mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições.
Os alvos da
operação 3FA são a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto.
O hacker é alvo de mandado de prisão e a deputada de busca e apreensão.
Walter Delgatti ficou famoso depois de vazar conversas de autoridades, entre elas o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro. As conversas teriam sido
editadas pelo hacker para desacreditar Sergio Moro. Proibido de usar a internet, Delgatti
disse à PF que cuidava do site da deputada Carla Zambelli. Ele afirmou ainda que Zambelli lhe
pediu para invadir urna eletrônica ou contas de Alexandre de Moraes.
Mandados
Segundo a Polícia Federal, há um mandado de prisão preventiva no estado de São Paulo e três mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, além de análise do material apreendido
Na operação, a PF tenta obter mais informações sobre a inserção de alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões.
As ações ocorrem no escopo de inquérito policial instaurado para apurar a invasão ao sistema do CNJ, que tramitou perante a Justiça Federal, mas teve declínio de competência para o Supremo Tribunal Federal em razão do surgimento de indícios de possível envolvimento de pessoa com prerrogativa de foro.
Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
As inserções fraudulentas ocorreram após invasão criminosa aos sistemas em questão, com a utilização de credenciais falsas obtidas de forma ilícita, conduta mediante a qual o(s) criminoso(s) passaram a ter controle remoto dos sistemas.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
Nome da operação
O nome da “Operação 3FA” é uma referência à autenticação de dois fatores (2FA), método de segurança de gerenciamento de identidade e acesso que exige duas formas de identificação para acessar recursos e dados, sendo que, tendo os investigados violado o sistema, foi necessária a atuação do Estado (PF, MPF e Judiciário), que atuou na repressão à conduta criminosa e na prevenção a novas ações semelhantes.
Em atualização