O ex-ministro de Minas e Energia do Regime Bolsonaro, Bento Albuquerque, almirante de esquadra da Marinha, será exonerado do Conselho de Itaipu nessa semana após a revelação de seu envolvimento no escândalo das joias (propina) de Bolsonaro e Michelle.
Bento Albuquerque vai prestar depoimento amanhã à Polícia Federal. Pelo que se sabe, entre 20 e 26 de outubro de 2021, Albuquerque viajou à Arábia Saudita na companhia de dois assessores, o então chefe da Assessoria Especial de Relações Internacionais do Ministério de Minas e Energia, Christian Vargas, e o então chefe do escritório de Representações da pasta no Rio de Janeiro, Marcos André Soeiro.
Durante a estada no país árabe, a comitiva brasileira se reuniu com autoridades locais como o príncipe regente, Mohammed bin Salman. Segundo Albuquerque, perto do fim da viagem, como de costume, seus interlocutores o presentearam com duas caixas que nem ele, nem os dois assessores abriram para conferir o conteúdo.
Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, Albuquerque e Soeiro informaram à Receita Federal que não tinham nenhum objeto de valor a declarar. Soeiro, contudo, foi selecionado, aleatoriamente, para ter a bagagem inspecionada. Foi então que o agente da Receita encontrou uma das duas caixas contendo joias femininas (um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes) avaliados em cerca de 3 milhões de euros (aproximadamente R$ 16,5 milhões).
O escândalo da tentativa de contrabando milionário de joias afeta a imagem das Forças Armadas. Ao todo, sete militares estão diretamente envolvidos no transporte e tentativas de liberação das joias retidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos.
Militares no centro do escândalo
- O tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, Mauro Cid;
- o almirante de esquadra da Marinha e ex-ministro Bento Albuquerque;
- o primeiro-sargento da Marinha, Jairo Moreira da Silva;
- Julio Cesar Vieira Gomes, ex-oficial da Marinha do Brasil, era o secretário que comandava a Receita Federal na gestão Bolsonaro, atuou diretamente para tentar liberar as joias, sob orientação do presidente.
- José Roberto Bueno Junior, contra-almirante da Marinha, foi chefe de gabinete de Bento Albuquerque e assinou ofícios da pasta tentando liberar as joias apreendidas em Guarulhos.
- Cleiton Henrique Holzschuk, segundo-tenente do Exército, era assessor da Ajudância de Ordens do Gabinete Pessoal do Presidente da República e enviou ofício do departamento que pedia a liberação das joias para o presidente;
- Marcos André dos Santos Soeiro, tenente da Marinha, era o assessor do ministro Bento Albuquerque e foi quem teve as joias apreendidas em Guarulhos.
