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Brasil: Cidades sem saneamento, asfalto e emprego gastam milhões em shows pagos com ‘emendas Pix’

CAOS ECONÔMICO

06/06/2022 - 09:16 | Atualizada em 06/06/2022 - 15:13

Redação

Brasil: Cidades sem saneamento, asfalto e emprego gastam milhões em shows pagos com ‘emendas Pix’

Foto: Reprodução

Brasil cheio de contrastes e assim mesmo os gestores querem gastar  dinheiro público de maneira irresponsável.

Mesmo sem energia elétrica, saneamento básico, asfalto ou posto de saúde, pequenas cidades investiram milhões em shows de cantores, a maioria deles sertanejos, neste ano eleitoral. Deputados e senadores enviam os recursos diretamente para o caixa das prefeituras, que podem dar ao dinheiro o destino que bem entenderem, sem prestação de contas.

Localizada a 110 km de Maceió, a cidade de Mar Vermelho (AL) está entre os cem municípios de menor renda no País. Seus 3.474 habitantes enfrentam problemas, como falta de saneamento – presente em apenas 14,9% das casas –, ausência de pavimentação – só 24% das moradias estão em ruas com urbanização adequada – e de emprego (9,4% da população estava empregada em 2019). Ainda assim, o prefeito André Almeida (MDB) gastou R$ 370 mil com Luan Santana. É como se cada morador tivesse de desembolsar R$ 106 com o cachê. A apresentação será em agosto, a dois meses das eleições.[STJ suspendeu show que custou R$ 704 mil de cachê a Gusttavo Lima em pequena cidade da Bahia.]

STJ suspendeu show que custou R$ 704 mil de cachê a Gusttavo Lima em pequena cidade da Bahia.  Foto: Felipe Martini/Globo/DivulgaçãoContinua após a publicidade[IFrame]Casos como esse proliferam pelo interior do País, onde inexistem políticas públicas. Levantamento do Estadão mostra gastos superiores a R$ 14,5 milhões com cachês de Gusttavo Lima, Zé Neto e Cristiano, Wesley Safadão, Luan Santana e Leonardo em 48 cidades. Os artistas foram contratados por prefeituras para fazer shows neste ano em municípios com menos de 50 mil habitantes.

A festança só foi possível com a ajuda de Brasília: as cidades que contrataram os shows receberam R$ 28,5 milhões em emendas parlamentares de uso livre. São as chamadas “emendas Pix”, também conhecidas como “cheque em branco”. O dinheiro cai direto na conta da prefeitura e nem mesmo os vereadores sabem ao certo quanto será gasto com os shows. Parte dos municípios nem sequer publicou os contratos. Dos 48 shows bancados com verba pública, o Estadão conseguiu rastrear os cachês em 35 deles.

https://www.estadao.com.br/politica/cidades-sem-saneamento-asfalto-e-emprego-gastam-milhoes-em-shows/

 

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