Responsável pela denúncia de compras de 35 mil comprimidos de sildenafila – o princípio ativo do Viagra – e próteses penianas pelas Forças Armadas , ao lado do deputado Elias Vaz (PSB), o senador Jorge Kajuru (Podemos) declarou que ficou estarrecido com as descobertas, que chegaram até eles por gente de dentro do governo, próximas ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
 

Após receber a denúncia, Kajuru declarou ter ficado tão chocado que chamou Elias Vaz para um diálogo, para que tivessem calma antes de revelar a denúncia da compra de 35 mil comprimidos de Viagra, com superfaturamento de 143%, apontou. O choque ficou ainda maior quando chegaram às compras de próteses penianas. “Pra quem é diabético, o risco de você ficar impotente até os 50 anos de idade é enorme. Eu fiquei e tive que fazer essa cirurgia, então me lembro de valores de tudo. Agora esses que estou vendo, é realmente de se revoltar”, declarou. O senador questionou os gastos do exército, especialmente pelo recente reajuste que os militares receberam e que, segundo Kajuru, permitiria que eles próprios comprassem os medicamentos e equipamentos de saúde. “Cada um não tem seu dinheiro para comprar seu Viagra, para ter uma prótese peniana? Tem que fazer isso com o dinheiro público, com o dinheiro do contribuinte?”, questionou.
 

A denúncia, que já está nas mãos do ministro Antonio Anastasia, do Tribunal de Contas da União (TCU) deve ser só mais uma entre outras que o senador deve apresentar ao lado de Elias Vaz. Recentemente, o deputado do PSD também esteve envolvido na denúncia de compra de mais de 1,2 mil toneladas de carnes nobres pelo Ministério da Defesa. Entre as revelações prometidas por Kajuru estão investigações de gastos com imprensa em ano eleitoral. Além disso, também garante que há outras que vão confirmar, com mais detalhes, o escândalo do orçamento secreto do Ministério de Educação e Cultura (MEC). “Nós temos, inclusive, gravações de parlamentares que revelaram quantias faraônicas. Um deles por exemplo, um senador, disse que já recebeu R$ 340 milhões do governo para defender Bolsonaro”, afirma. Ainda segundo Kajuru, as informações tem chegado até ele diretamente por gente do governo, que vê as situações com estarrecimento e indignação e decide revelar. “Chegou até mim primeiro, por ser senador e por ser jornalista. Aí, junto com o Elias, fomos chegando detalhe por detalhe, para não ter nenhum erro, senão a bomba viria contra nós dois”, explica.
 

Jorge Kajuru também citou aspas do próprio presidente Jair Bolsonaro, que já fez menção a desempenho sexual em oportunidades anteriores. “Para um presidente que diz ser ‘imbroxável‘, seu governo definitivamente agora é um governo broxante”, declarou. Na conversa, o senador também afirmou que “nunca tivemos um presidente do linguajar e da linguagem do psicopata Jair Bolsonaro”.