17/01/2022 - 15:28 | Atualizada em 18/01/2022 - 06:39
Diego Escosteguy
O grupo de militares próximo ao general Carlos Alberto dos Santos Cruz, desafeto de Jair Bolsonaro com influência na caserna, quer levar à política o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.
Eles acreditam que a resposta firme do diretor à investida recente do presidente contra a agência expôs virtudes militares esquecidas em tempos de bolsonarismo. Referem-se à honra, ao compromisso com a verdade e ao respeito às instituições. Barra Torres é contra-almirante e médico.
Santos Cruz e seus aliados avaliam que a imagem dos militares perante a opinião pública precisa ser urgentemente reabilitada. Calculam que o comportamento de Barra Torres à frente da Anvisa pode ser usado como exemplo nesse esforço.
Para esses militares, Barra Torres seria um bom candidato ao Senado ou à Câmara. Ou, se não topasse abdicar de seu mandato na Anvisa e concorrer a algum cargo em 2022, seria um ótimo ativo para endossar candidatos de origem militar e, no limite, Sergio Moro.
Há uma contradição intrínseca a esse cálculo político. O prestígio conquistado no último ano por Barra Torres advém precisamente do fato de ter fugido de decisões ou falas políticas. Recebeu elogios pelo comportamento técnico e de proteção da autonomia dos servidores da Anvisa. Venceu lentamente resistências e desconfianças ao agir de modo contrário às expectativas do presidente que o indicou ao cargo.
Se Barra Torres adentrar a vida política, ainda que apenas demonstrando apoio a um ou a outro candidato, provavelmente perderá sua credibilidade. A da Anvisa seria corroída, talvez na mesma proporção. Basta rememorar o mal-estar causado, entre servidores da agência, quando Barra Torres topou participar, ainda no ano passado, de uma das lives de Bolsonaro.
O grupo entusiasmado com o desempenho de Barra Torres, contudo, não enxerga o cenário político desse modo. Pretende sondar o contra-almirante.
Não há, porém, perspectiva de que a articulação possa prosperar. A interlocutores, o presidente da Anvisa assegura de modo peremptório que não abandonará o mandato nem aceitará ser peça voluntária nas eleições deste ano.
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