16/01/2022 - 09:20 | Atualizada em 16/01/2022 - 09:50
Redação
Contradições da política e da vida: sem dois adversários figadais, Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT), o presidente Jair Bolsonaro não terá a mínima condição de chegar ao segundo turno.
Se Sergio Moro e Ciro Gomes não melhorarem seus índices, Lula da Silva (PT) pode ser eleito no primeiro turno.
Ciro Gomes parece estagnado e seus votos estão sendo “sugados” por Lula da Silva. Portanto, dificilmente crescerá. E, se crescer, será um, dois ou três pontos — o que não será significativo.
Sergio Moro, se sua aliança político-eleitoral for robustecida com uma aliança com o União Brasil, e outros grupos partidários, tende a crescer. Mas, para “ajudar” Bolsonaro, precisa superar a casa dos 15%.
Porém, se chegar a 15%, a partir de abril ou maio, Sergio Moro pode, mais do que “ajudar”, superar Bolsonaro e se tornar, ele próprio, uma ameaça para Lula da Silva.
Sergio Moro, se crescer, vai tomar parte do eleitorado de Bolsonaro e absorver parte dos eleitores que ainda não se definiram e não querem apoiar nem o petista-chefe nem o presidente da República.
Já Bolsonaro, para disputar com Lula da Silva, precisa “conter” a ascensão de Sergio Moro — por isso as tropas bolsonaristas estão atacando o ex-ministro. Porém, se atrapalhar o crescimento do ex-magistrado, pode acabar fortalecendo ainda mais a candidatura do petista. (Sublinhe-se: se Bolsonaro cair muito, as coisas ficam ainda mais fáceis para o candidato do PT.)
Situação folgada mesmo, ao menos no momento, só mesmo a de Lula da Silva. Mas o petista torce para que seu adversário em 2 de outubro deste ano seja mesmo Bolsonaro, que a esquerda considera mais fraco e desgastado. Sergio Moro, por ser uma incógnita, é sempre um risco.
O PT, percebendo o potencial do postulante do Podemos, também lhe move um combate articulado nas redes sociais. Grupos de advogados, como o milionário Antônio Carlos Kakay (espécie de porta-voz informal do petismo), falam até em prisão de Sergio Moro — sendo que não há a mínima possibilidade de isto acontecer —, com o único objetivo de desgastá-lo e ajudar Lula da Silva. Há quem postule que, se Sergio Moro passar Bolsonaro, ninguém, nem o petista, conseguirá segurá-lo.
Ressalve-se, porém, que as chances de Lula da Silva vencer o pleito no primeiro turno são imensas.
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