Realizado em parceria de pesquisadores da UFMT e Secretaria Municipal de Saúde, o Informe Epidemiológico é feito a cada 15 dias para acompanhar ritmo de contaminação, internação e imunização. Em Cuiabá, desde o início da pandemia, em março de 2020, foram registrados 92.434 mil casos de Covid-19 de residentes da capital. Deste total, 87.725 mil pessoas se recuperaram da doença. Ao todo, 3.024 mil pessoas morreram. Os dados são referentes aos registros até o último sábado (26).
Em Cuiabá, a maior cobertura vacinal foi em pessoas com idade superior a 70 anos. Nesta faixa etária, já foram imunizados 86.6% com a primeira dose e 71.4% com a segunda dose.
Na medida em que aumentou a imunização no grupo prioritário dos idosos, houve redução da taxa de contaminação da Covid-19, que saiu de 14,3% para 13,4% e internação, de 44,4% para 38,3% nos últimos seis meses. Nos casos das mortes de idosos pela doença, o percentual saiu de 69,5% para 63,7%. A imunização na Capital começou em janeiro deste ano e, teve como alvo, pessoas acima de 60 anos, profissionais da saúde e portadoras de comorbidades diversas. Os dados constam no Informe Epidemiológico, compilado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O levantamento contempla o período de 6 a 19 de junho.
Taxa de Transmissão
Segundo o informe, a taxa de transmissão do vírus nas duas últimas semanas foi estimada em 0,87 com a amplitude do intervalo de confiança indicando
valores de transmissão superiores a 1,0. O valor de Rt maior do que 1 acarreta inicialmente uma fase de crescimento, atingindo um pico antes de uma fase de decrescimento.
Cobertura vacinal
No atual ritmo de vacinação, com média de 7.240 aplicações/semana,
75% da população de Cuiabá estará imunizada com duas doses somente em julho de 2022. A capital tem capacidade de vacinar cerca de 7.800 pessoas por dia.
Dados desatualizados
"Mesmo após o declínio de casos registrados neste mês e tendo sido registrada redução entre a média das últimas duas semanas (SE 23 e SE 24) e as duas anteriores (SE 21 e SE 22), o aumento sistemático ocorrido desde o início de dezembro e com maior intensidade em março indica a necessidade de monitoramento e intensificação no cumprimento das medidas de controle da Covid-19 em Cuiabá, pois, como referido, os dados das últimas semanas podem ser subestimados considerando o quantitativo de casos que ainda serão confirmados e/ou lançados no sistema. Desta forma, ressaltamos que o quantitativo de casos/semana ainda permanece em níveis elevados e, portanto, é necessário manter medidas de preventivas e de isolamento social evitando o contágio".
Em 19 de junho Cuiabá registrava 90.996 casos de covid-19. Nove dias depois, já são 1.751 a mais, totalizando 92.747 casos.
Taxa de mortalidade
A
taxa de mortalidade, que mede o risco de morte por Covid-19 na população cuiabana (483,5/100.000 habitantes),
permanece mais elevada que a taxa do estado (331,0) e mais que o dobro da taxa de mortalidade do país (238,3).
O relatório aponta ainda que, assim como a taxa de hospitalização, a taxa de mortalidade é mais elevada em idosos (2.473,5) e com tendencia de crescimento com o aumento da idade. A letalidade em idosos é a mais alta (15,4%), porém chama atenção que
a letalidade em crianças é maior que a de adolescentes e de adultos jovens (20 a 29 anos).
Taxa de incidência
O incremento da taxa de incidência, entre 02 de janeiro e 19 de junho de 2021,
em crianças, adolescentes e adultos jovens (20 a 29 anos) merece atenção. Enquanto a taxa de incidência na população geral cresceu 104,1%, em idosos o crescimento foi 94,7%,
em adolescentes 162,6%, em crianças 138,6% e em adultos jovens, 108,1%. Os idosos apresentaram o menor crescimento entre todos os grupos etários.
Alerta
O relatório alerta que Cuiabá permanece com alguns dos piores indicadores entre as capitais do país. Destacamos a
manutenção da alta letalidade, dada pela proporção de casos que resultam em óbitos pela doença, na capital quando comparada a do Brasil e Mato Grosso, que pode estar
relacionada à falta de capacidade de se diagnosticar correta e oportunamente os casos graves ou à sobrecarga dos hospitais, dificultando o acesso de pacientes aos cuidados necessários e comprometendo a qualidade do cuidado ofertado.
Mesmo diante da aparente melhora do cenário e presumida desaceleração da pandemia é fundamental recordar que após o primeiro pico da pandemia em 2020, a capital apresentou um período de declínio de casos e óbitos, contudo nos primeiros meses de 2021 o panorama alcançou patamares muito mais elevados do que o observado em 2020, expressado pelas altas taxas de incidência, mortalidade e letalidade. Relevante ainda observar que, por meio dos cenários traçados, para a dinâmica temporal futura da Covid-19 em Cuiabá, podemos constatar que
o quantitativo de casos registrados até 19 de junho, coloca a capital no pior cenário projetado para o período revelando a manutenção de altas taxas de transmissão do vírus.
O documento ainda alerta que,
apesar da relevância da vacinação, não se deve descartar as medidas de prevenção e contenção (distanciamento físico e social, uso de máscaras, higienização, entre outros) visando a redução da taxa de transmissão do vírus. Neste sentido, são estratégias que se complementam e, somente se forem efetivas terão efeito sobre o controle da pandemia na capital.
Veja
AQUI a íntegra do relatório.