O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, concedeu na tarde deste sábado (22) entrevista coletiva em Brasília, para anunciar a
liberação de 600 mil testes rápidos para identificar possíveis casos da variante indiana de covid-19 na
cidade de São Luís. A capital maranhense registrou
um caso de uma pessoa infectada com a variante nesta semana. A medida ocorre para evitar a propagação da variante pelo país.
Embora tenha sido registrado um caso da variante indiana no Brasil, de um
passageiro de um navio que vinha da Índia e está na costa do Maranhão, conforme o ministro não há indícios da transmissão comunitária da nova variante no país. O paciente foi entubado e encontra-se em estado grave e hospitalizado no Maranhão. A transmissão comunitária é uma modalidade de circulação na qual as autoridades de saúde não conseguem mais rastrear o primeiro paciente que originou as cadeias de infecção, ou quando esta já envolve mais de cinco gerações de pessoas.
“Nosso receio é que esse tipo de variante passe a ter uma transmissão comunitária,” disse o ministro, que afirmou que está monitorando a situação do paciente e de toda a equipe que atua no caso.
“O Ministério da Saúde, no intuito de aumentar o controle e a eficiência dessas medidas de bloqueio, vai encaminhar 600 mil unidades de testes rápidos para o estado do Maranhão para que se faça um bloqueio de pacientes, de passageiros nos aeroportos e nas fronteiras do estado”, destacou.
Para efetuar a
vigilância genômica, que é uma pesquisa genética capaz de verificar qual a variante do vírus,
outros 2,4 milhões de testes serão distribuídos por aeroportos de todo o país e para regiões de fronteira para monitorar possíveis casos da nova variante de covid-19.
Conforme o ministro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também irá auxiliar na vigilância nos aeroportos do país.
Reunião com secretários municipais
Segundo o Ministério da Saúde, as cidades de
Guarulhos, sede do aeroporto internacional mais movimentado do país, e de São Paulo são focos de maior preocupação em relação a uma possível disseminação de mutações do vírus causador da covid-19, em particular, a cepa recentemente identificada na Índia (B.1.617)
No sábado (22), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, conversou, conjuntamente, por videochamada, com o
prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, e com o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido. Também participaram da conversa técnicos da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da coordenadoria de Vigilância em Saúde da capital paulista, além do secretário-executivo da secretaria estadual de Saúde, Eduardo Ribeiro Adriano.
Aparecido apresentou ao ministro o
plano de ações municipais para tentar prevenir, identificar e controlar a disseminação de eventuais novas variantes do novo coronavírus na cidade de São Paulo. O plano prevê medidas como
a tentativa de identificar pessoas com sintomas da doença em aeroportos, terminais rodoviários e rodovias de acesso a São Paulo. Uma vez identificadas por meio da aferição da temperatura, as
pessoas sintomáticas serão testadas e, em caso positivo para covid-19, deverão ser isoladas.
Anvisa atua nos aeroportos e portos
Em nota, a
Anvisa informou que já trabalha dentro de aeroportos e portos de todo o país, abordando passageiros e procurando detectar casos suspeitos informados às secretarias estaduais e municipais para que estas verifiquem se são infecções e, também, as pessoas que tiveram contato recente com quem testou positivo. Além disso, o Brasil vetou a entrada de passageiros provenientes da Índia, Reino Unido, Irlanda do Norte e África do Sul.
A proposta da prefeitura de São Paulo também prevê ações educativas e a divulgação de mensagens sobre os sintomas, formas de prevenção e de contenção da doença em aeroportos e terminais rodoviários.
Para colocar as medidas em prática, a
secretaria municipal de Saúde espera contar com o apoio de servidores da Anvisa e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com a qual propõe uma parceria para realizar
ações no terminal rodoviário do Tietê e nas estradas federais Fernão Dias e Presidente Dutra.
Durante a reunião, o ministro
Marcelo Queiroga manifestou maior preocupação com a variante B.1.617. “Considerando que São Paulo é a maior cidade do país e Guarulhos o maior aeroporto, devemos reforçar a vigilância para que essa variante não se espalhe pelo Brasil” disse o ministro da Saúde.
Segundo a prefeitura de São Paulo, até o momento, não há qualquer evidência da presença da variante B.1.617 do novo coronavírus na cidade. Ainda assim, a prefeitura considera “essenciais” as medidas de controle às pessoas que chegam à capital paulista, procedentes de outras regiões.