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Notícias | Brasil

Inflação preocupa, mas preço da gasolina deve subir

09/08/2012 - 08:44

Niviane Magalhães

 

A fala de Edison Lobão, ministro de Minas e Energia, que existe a possibilidade de aumento no preço da gasolina animou os investidores e elevou os ganhos das ações da Petrobras, que já vinham em tendência positiva desde o pregão desta terça-feira (7/8).

Ao final da sessão, os papéis ordinários (PETR3) encerraram com alta de 5,43%, vendidos a R$ 22,14. Já as ações preferenciais (PETR4) fecharam com valorização de 4,59%, negociados a R$ 21,18.

Apesar disso, analistas acreditam em uma série de fatores que estão colaborando para os ganhos das ações da companhia.

Segundo Lucas Brendler, analista de investimentos da Geração Futuro, o petróleo do tipo Brent acima de US$ 112 também está puxando as ações para cima. E a perspectiva de bons resultados nos próximos trimestres anima.

"Os investidores estão dando um voto de confiança à Graça Foster [presidente da Petrobras], que fez um papel de conciliar o compromisso da companhia com as novas metas".

Para Oswaldo Telles, analista do setor de petróleo e gás da BES Securities do Brasil, os reajustes no diesel que aconteceram em junho, já serão capazes de retomar o lucro da empresa. "Acredito no aumento do preço da gasolina, não só por causa da Petrobras, mas principalmente porque o etanol está muito defasado em relação à gasolina. Não há competitividade", explica.

Para os analistas, a alta na gasolina é certa, no entanto, numa época ruim. "Acaba sendo uma faca de dois gumes para o governo, porque é necessário ter esse controle da inflação, principalmente por causa da redução dos juros", pontua Lucas Brendler.

"Um dos principais vetores de investimentos do Brasil é a Petrobras e para fazer cumprir esses investimentos, que chegam a US$ 236,5 bilhões, deve haver geração de caixa", explica Brendler. O anúncio gerou um movimento de alta nas ações porque, enquanto a geração de caixa não fica estruturada, quem se prejudica são os acionistas.

Inflação

Gilberto Braga, professor do Ibmec, pontua que essa alta ainda não aconteceu por causa do impacto que ela pode causar na inflação, pois o reajuste será nas bombas. "Ninguém sabe ao certo o que vai acontecer se essa alta se concretizar. Não vai chegar a uma hiperinflação, mas vai ficar bem acima da meta estipulada", afirma.

O impacto da alta é quase instantâneo, mas para Braga, o governo vai segurar este reajuste até quando conseguir, provavelmente, pelo menos, até a próxima divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA).

No mês de julho, o indicador subiu 0,43% em relação a junho e já atinge expansão de 5,20% no acumulado dos 12 meses. Segundo o professor, ainda há espaço para novos cortes na taxa básica de juros porque apesar da inflação continuar subindo, ainda o consumo não está pesando.

"Uma parte do mercado vinha penalizando o governo porque o real estava apreciado, mas quando o real desvalorizou, parte dos exportadores comemorou, mas parte dos importadores, como a Petrobras, perdeu muito", lembra o professor.

Perspectiva

Em relação ao futuro desempenho das ações, Oswaldo Telles lembra que os papéis já subiram 7,5% neste mês e que, apesar de ainda ter espaço para mais valorizações, é provável que os investidores comecem a realizar lucros.

Já o analista Lucas Brendler acredita que o bom desempenho virá só a partir de 2015, quando terá novos pólos de refinos produzindo. "Antes disso, o cenário ficará bastante conturbado. As ações podem até ir bem, mas o risco é alto", completa.

 

 

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