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Lobbies do Judiciário e do Ministério Público constrangem os políticos

15/12/2017 - 08:17 | Atualizada em 15/12/2017 - 08:28

Reinaldo Azevedo

A defesa dos privilégios de servidores na reforma da Previdência ganha contornos constrangedores. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é quem está negociando com os lobbies mais bem-organizados. Nesta quinta, recebeu dois medalhões em sua casa: Marco Aurélio Bellizze, ministro do STJ, lá estava representando a Associação dos Magistrados Brasileiros. Fazia-se escoltar por José Robalinho Cavalcanti, presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

A ANPR é a entidade que reúne os procuradores — como os da Lava Jato, por exemplo —, que têm, como se sabe, poder de vida e morte sobre a reputação dos políticos. Já a Associação dos Magistrados Brasileiros, como reza o nome, congrega os senhores juízes, que decidem se os políticos executados pelo MPF terão ou não direito à ressurreição.

O que eles queriam? Garantir o que consideram “direitos” de servidores na reforma da Previdência — “direitos” que os não-aficionados pelo eufemismo têm o dever de chamar “privilégios”.

Pois é… Marco Aurélio Bellizze, ministro do STJ e membro da Associação dos Magistrados Brasileiros, e José Robalinho Cavalcanti, presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), foram a Rodrigo Maia para falar em defesa de suas respectivas categorias, as duas mais bem-pagas do funcionalismo.

Não custa lembrar: uma liminar concedida pelo ministro Luiz Fux e jamais posta para votar no pleno do Supremo garante às duas categorias, entre outras regalias, o chamado auxílio-moradia. Os 17 mil juízes e 13 mil membros do Ministério Público têm direito a R$ 4.377,73 centavos por mês ainda que morem em casa própria nas respectivas cidades em que trabalham. O privilégio custa aos cofres públicos em torno de R$ 1,4 bilhão por ano.

O que é bastante curioso nisso tudo? Até as pedras sabem que setores do Judiciário e a quase totalidade do MPF são hoje as principais fontes de difamação dos políticos e da política. Quando parte substancial do Congresso se organiza para fazer a coisa certa — CORTAR PRIVILÉGIOS —, aquelas áreas do Estado que se querem monopolistas da moral logo se assanham e passam a falar em defesa de suas respectivas corporações.

Pois é… Dia desses, arrancando aplauso fácil, o juiz Sérgio Moro afirmou que abriria mão do foro especial a que tem direito. Nem poderia ser diferente: seu alvo é a prerrogativa dos políticos. Só por isso ele se oferece em falso sacrifício. Gostaria é de vê-lo a falar contra os privilégios previdenciários dos servidores ou contra o auxílio-moradia.

 

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