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Notícias | Executivo

Taques constrange aliados tucanos ao falar em prisões de políticos

12/05/2015 - 13:30

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No sábado (9) o governador pedetista Pedro Taques visitou a convenção municipal e o encontro estadual que o PSDB realizava simultaneamente no Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá. Num discurso duro, que não pode ser descartado como indireta para alguns de seus anfitriões, observou que poderão ocorrer novas prisões de políticos em seu Estado. A fala  não foi questionada pelos tucanos, que a engoliram em seco, mas ela certamente acendeu luzes amarelas na relação do tucanato com o governador.

Pedro Taques destacou que em 130 dias no governo, "Me deparei com mais atos ilícitos do que nos 18 anos em que permaneci como procurador da República no Ministério Público Federal”. O governador citou frases de impacto: "Cada gaveta que abro encontro um esqueleto" e outras. Mesmo sem citar o ex-deputado José Riva (PSD), que presidiu a Assembleia Legislativa e está preso acusado de liderar uma suposta quadrilha que teria lesado os cofres do Legislativo em mais de R$ 62 milhões, ficou claro que Riva foi o alvo de seu discurso.

 A observação sobre a possibilidade de ocorrem novas prisões e o desprezo como Pedro Taques se referiu ao grupo político que o antecedeu no poder chamuscou suas relações com o PSDB. Riva foi um dos líderes do tucanato; Chico Daltro, que ocupou o cargo de vice-governador de Silval Barbosa, cumpriu mandatos de deputados pela legenda tucana. Além disso, na mesa onde discursou, Pedro Taques estava ao lado de dois ex-presos que foram denunciados por atos ilícitos, e de um deputado estadual com bens ora bloqueados sob acusação de falcatruas.

A fala de Pedro Taques joga na vala todos os acusados de improbidade administrativa, antes mesmo que tenham direito a julgamento. O deputado federal e presidente regional do PSDB, Nilson Leitão, e o presidente reeleito do partido em Cuiabá, Carlos Avalone, passaram por constrangimentos no passado, por pirotecnia do Ministério Público Federal; o deputado tucano e líder do governo na Assembleia, Wilson Santos, está com a faca moral encravada na garganta. Abaixo o que aconteceu com os três: 

Em maio de 2007 o à época prefeito de Sinop, Nilson Leitão, foi preso pela Polícia Federal no transcorrer da Operação Navalha, sob suspeita de receber propina da construtora Gautama, que realizaria obra de esgoto em sua cidade. Posteriormente o Ministério Público Federal reconheceu que Leitão era inocente.

Carlos Avalone foi preso em agosto de 2009, pela Polícia Federal, que desencadeou a Operação Pacenas (Sanecap escrita ao contrário), juntamente com um grupo de empresários e o então procurador da prefeitura de Cuiabá, José Antônio Rosa, todos acusados de fraude na licitação para obras de saneamento no município, que seriam realizadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em 2014 Avalone conquistou uma suplência na Assembleia tendo disputado a eleição coligado com o PDT do governador, do qual recebeu apoio.  

Em janeiro deste ano Wilson Santos teve os bens bloqueados até o montante de R$ 22,9 milhões pelo juiz federal Fábio Henrique Rodrigues de Moraes Fiorenza, acatando pedido do Ministério Público Federal que move uma ação civil pública contra Santos, outras quatro pessoas e duas empresas, que teriam fraudado uma licitação em 2005 para a construção do Rodoanel de Cuiabá, obra que não foi concluída. A irreverência popular apelidou o Rodoanel de Rouboanel.


 

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