04/01/2015 - 09:51
Zuenir Ventura
Já que foi a própria presidente que escolheu a imagem — talvez por identificação com o universo rural de sua afilhada de casamento Kátia Abreu — vamos continuar com ela. Como se recorda, a candidata Dilma assegurou que não mexeria nos direitos trabalhistas e, para não deixar dúvida, repetiu uma expressão popular que acabou invadindo de forma viral as redes sociais — “nem que a vaca tussa” — e com a hastag #em direito meu ninguém mexe.
Um sucesso, pelo menos até depois das eleições, quando um dos primeiros anúncios de controle de gastos para garantir o ajuste fiscal foi justamente restringir benefícios dos trabalhadores tais como seguro-desemprego e abono salarial.
A presidente teria resistido muito a essas medidas, mas não houve jeito. São tempos de vacas magras, poderá ter-lhe dito a equipe econômica, quem sabe. Ou, então, o mar não está pra peixe, como afirmaria o jovem ministro da Pesca, Helder Barbalho, um dos sapos que ela teve que engolir — sapo ou rã?
Por meio de artifícios semânticos no discurso de posse, a presidente procurou disfarçar as dificuldades que vai enfrentar no segundo mandato.
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