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Notícias | Legislativo

Efeitos no Congresso serão mais lentos que no mercado

30/11/2014 - 11:25

Redação

Os efeitos da operação Lava Jato no Congresso Nacional devem ser mais lentos que a avalanche que se abateu sobre o mundo empresarial e atingiu executivos das principais empreiteiras do país.

A citação de um número expressivo de parlamentares que estariam envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras – cerca de 70, o equivalente a quase um Senado – deixou o Congresso apreensivo, mas a tendência, acreditam líderes partidários, será de cautela em relação às cassações de mandato.

Primeiro, dizem, é preciso aguardar a denúncia do Ministério Público. E só após a revelação de provas mais contundentes e a aceitação da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal (STF) os casos devem avançar no Conselho de Ética.

“Vai depender do conteúdo da denúncia. O critério é a comprovação. Imagine o sujeito citar o nome, dizer que esteve com a pessoa, que recebeu doação na casa. Cadê a prova? Esse processo terá que ser tratado com normalidade institucional. Não é só a denúncia do Ministério Público, o Supremo tem que admitir o recebimento”, afirmou o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Segundo ele, apesar da magnitude do escândalo, ser denunciado pelo Ministério Público nem sempre é suficiente. Cunha sustenta que vários deputados estão denunciados ou mesmo sendo processados no STF e nem por isso respondem a processo no Conselho de Ética. “É preciso ter calma, não criar um clima de paralisia do Legislativo. Não é nem sangria desatada, nem passo de tartaruga. Se eles estão levando esse tempo todo para divulgar, o Congresso não precisa resolver em cinco minutos”.

Mesmo na oposição, o raciocínio é cauteloso. Embora afirmem que o Congresso pode se antecipar ao Supremo e dar início a processos de cassação, líderes destacam a necessidade de provas sólidas do envolvimento de senadores e deputados nas irregularidades.

Líder de uma das principais legendas que fazem embate ao governo, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) sinaliza que a oposição será cuidadosa. “Não é porque seja parlamentar ou não, isso diz respeito a qualquer cidadão. Para ser envolvido em indícios nessa operação criminosa, é preciso que se tenha provas ou ao menos indícios muito fortes de atos ilícitos, provas testemunhais e factuais. Estamos falando da honra e da vida de pessoas”, disse.

Envelopes

Entrega. Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro Mário Negromonte, negou que transportava dinheiro para Alberto Youssef, mas disse que carregava envelopes lacrados cujo conteúdo desconhecia.

Internado
O doleiro Alberto
Youssef foi internado no Hospital Santa Cruz, em Curitiba, neste sábado. Ele apresentou febre e dores abdominais e chegou a desmaiar na carceragem. Youssef será submetido a uma tomografia e outros exames. A expectativa é de que ele volte à superintendência da PF neste domingo. Preso na operação Lava Jato, Youssef tem problemas de coração, que teriam se agravado com o estresse.

 

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