A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado ouvirá na próxima quinta-feira (22) o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. O depoimento da presidente da petroleira, Graça Foster, foi adiado em uma semana devido a “problema de agenda”, informou o presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

Conforme inicialmente acertado entre os integrantes da CPI, Graça prestaria depoimento na próxima terça-feira (20) e, dois dias depois, seria a vez do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Ambos foram convocados durante a primeira reunião de trabalho da comissão a darem esclarecimentos sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A operação é um dos alvos de investigação do colegiado.

As datas, porém, foram alteradas devido a incompatibilidade de agendas, segundo informou Vital do Rêgo. Para manter o calendário de duas reuniões por semana, disse o senador, o depoimento de Cerveró foi agendado. Pelo novo cronograma, Gabrielli estará na CPI na terça-feira (20), Cerveró na quinta (22) e Foster na outra terça (27).

“A mudança ocorreu porque tinha problema de agenda da presidente com a da comissão. Como não queremos perder o timming de fazer duas reuniões na semana, marcamos o Cerveró para quinta”, disse Vital do Rêgo ao G1.

Nestor Cerveró é o autor do relatório que balizou, em 2006, a decisão do Conselho Administrativo da Petrobras de autorizar a compra da refinaria de Pasadena. Após divulgação das denúncias, a presidente Dilma Rousseff – que presidia o conselho na época da aquisição –, disse que o documento era “técnica e juridicamente falho” porque omitia duas cláusulas que, “se conhecidas, seguramente não seriam aprovadas pelo Conselho”.

Em audiência da Câmara dos Deputados no mês passado, o ex-diretor disse que não teve a “intenção de enganar” Dilma Rousseff.

Instalação

A CPI da Petrobras no Senado foi instalada na última terça-feira (14), quando o peemedebista foi eleito presidente e o petista José Pimentel (CE), relator. O vice-presidente será Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP). Donos das maiores bancadas na Casa, PT e PMDB puderam escolher os principais assentos da comissão. Dos 13 titulares, dez integram a base aliada do governo, dois são do PSDB e um do DEM.

A comissão aprovou o convite ou a convocação de 35 autoridades que podem ter envolvimento com alguma das quatro linhas de investigação da comissão: aquisição de Pasadena; suposto pagamento de propina a funcionários da Petrobras; denúncias de que plataformas estariam sendo lançadas ao mar sem equipamentos de segurança; e indícios de superfaturamento na construção de refinarias, entre outras.

Além de Foster, Cerveró e Gabrielli, também deverão ser ouvidos a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Magda Chambriard; o presidente da SBM Offshore no Brasil, Phillippe Levy; e os ministros José Jorge (Tribunal de Contas da União) e Jorge Hage (Controladoria-Geral da União), entre outros envolvidos.