22/11/2013 - 12:49
Rodrigo Vargas | Diário de Cuiabá
Um livro que conta a história de políticos que enriqueceram no exercício dos mandatos, lançado ontem em Brasília, dedica um capítulo inteiro à evolução patrimonial do deputado federal Wellington Fagundes (PR). Escrito pelo jornalista Chico de Gois, repórter da sucursal do jornal O Globo na capital federal, "Os ben$ que os políticos fazem" (280 páginas / Editora Leya) descreve o parlamentar mato-grossense como um “midas em certos negócios".
"É a história de um político que aumentou muito o seu patrimônio, sempre sob desconfiança de irregularidades. Procurado, não explicou como conseguiu tanto dinheiro assim", disse o autor, em entrevista ao Diário.
A reportagem teve acesso às 16 páginas que tratam de Fagundes. Em um trecho, Gois descreve como "muito expressivo" o incremento no total de bens declarado por ele à Justiça Eleitoral nas campanhas de 2006 e 2010: de R$ 681 mil para R$ 7,2 milhões, ou 958%.
"No período de quatro anos, Wellington se tornou um grande criador de gado - adquiriu 4.802 cabeças de bovinos, que, segundo informou, somavam R$ 3,3 milhões", diz o livro. “Em 2010, o deputado também passou a ter dinheiro em conta corrente, um patrimônio que, em outras declarações, não havia sido informado".
O livro enumera empresas (hotéis e emissoras de rádio e TV, entre outras) registradas em nome da mulher, dos filhos e de um sobrinho do congressista.
"Na cidade [Rondonópolis], todos comentam, com certeza, que o parlamentar é proprietário de várias emissoras de rádio e TV. Oficialmente, nada aparece em seu nome", diz.
Além de Fagundes, o livro aborda os casos de outros nove políticos brasileiros. Para definir os "alvos", Gois conta que decidiu limitar o universo de pesquisa a políticos com mandato no Legislativo (Congresso, assembleias e câmaras das capitais) e que tivessem tido variação patrimonial acima de R$ 1 milhão.
Segundo ele, o resultado do levantamento mostrou que os políticos "não se preocupam com a transparência". "Quando confrontados, dizem apenas que tudo está declarado à Receita Federal. Mas os eleitores não têm acesso ao Imposto de Renda", relata.
Gois critica, ainda, a Justiça Eleitoral, por não verificar adequadamente as informações apresentadas pelos candidatos. "A declaração é apenas uma burocracia a mais para o candidato, porque a justiça eleitoral não verifica se o que ele informa está correto.
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