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Notícias | Legislativo

Emendas de deputados financiavam obras da Máfia do Asfalto

12/11/2013 - 15:56

Redação

 Seis deputados federais de São Paulo direcionaram ao menos R$ 5,9 milhões para obras tocadas por empresas acusadas de envolvimento na chamada Máfia do Asfalto. Documentos obtidos pelo Estado de S. Paulo mostram o esforço dos congressistas para que os ministérios das Cidades e do Turismo liberassem dinheiro de emendas do orçamento a municípios que, mais tarde, contratariam as empreiteiras Demop Participações e Scamatti & Seller Infraestrutura - em muitos casos, com dispensa de licitação.


A Procuradoria-Geral da República investiga o possível envolvimento de deputados com o esquema, que foi identificado em abril deste ano pela Operação Fratelli, da Polícia Federal.

O inquérito que tem os congressistas como alvo foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal com base na contabilidade das construtoras enviada pelo Ministério Público de São Paulo, que já denunciou pelo menos 30 pessoas - entre empresários, lobistas e agentes públicos municipais.

Esses mesmos seis deputados federais que se esforçaram para destinar as emendas a obras do interior paulista são citados em planilhas apreendidas pela Polícia Federal em posse de um contador do grupo acusado e do empreiteiro Olívio Scamatti, sócio das empresas e apontado como chefe do esquema suspeito de atuar em 78 municípios.

O documento secreto do empreiteiro sugere pagamentos mensais, entre 2011 e 2013, para políticos e servidores públicos. De acordo com o Ministério Público, as anotações sugerem um "indicativo de pagamento de propina". A maioria das emendas foi proposta nesse mesmo período.

Para direcionar os recursos do Orçamento da União, os deputados apresentaram primeiro as chamadas emendas "guarda-chuva" - que especificam apenas o tipo de investimento a ser feito, sem dizer exatamente onde o dinheiro precisa ser gasto. Depois, enviaram ofícios aos ministérios das Cidades ou Turismo pedindo que o dinheiro fosse liberado para os municípios, comandados por seus aliados políticos. As prefeituras, então, contrataram as empresas do grupo Scamatti.

São suspeitos de integrar a Máfia do Asfalto os deputados Devanir Ribeiro (PT), Jefferson Campos (PSD), Eleuses Paiva (PSD), João Dado (SDD), Cândido Vaccarezza (PT) e Arlindo Chinaglia (PT).

 

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