A semana começa com novas altas para o mercado do trigo na Bolsa de Chicago. O grão continua sendo destaque no mercado internacional e, nesta segunda-feira (21), subindo pela terceira sessão consecutiva, avança para o mais alto patamar de preços em quatro meses. 

A Argentina, um dos maiores produtores e exportadores mundiais, vem sofrendo com problemas climáticos e sofre com o clima frio e seco em importantes regiões. Assim, há temores de que as geadas possam atingir as lavouras e reduzir a safra argentina. Dessa forma, a demanda poderia se voltar aos EUA, dando suporte aos preços no mercado norte-americano. 

Segundo o Ministério da Agricultura da Argentina, cerca de 100 mil hectares de trigo foram danificados entre as províncias de Entre Rios e La Pampa. "Uma produção argentina menor limita o volume exportável do país e isso significa que o Brasil deverá continuar como um dos maiores compradores dos Estados Unidos", disse um analista internacional à agência Bloomberg. 

Por volta das 7h40 (horário de Brasília), os principais vencimentos do grão subiam pouco mais de 3,50 pontos e todos os contratos superavam US$ 7 por bushel. Acompanhando o movimento positivo, os futuros da soja e do miho também operavam em alta na CBOT. A oleaginosa subia entre 3,75 e 6,50 nas posições mais negociadas, enquanto o miho tinha ganhos de menos de 2 pontos. 

O mercado de soja acompanha o movimento de desenvolvimento da colheita nos Estados Unidos e do plantio na América do Sul. Após duas semanas sem as informações oficiais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), nesta segunda-feira (21), o órgão volta a reportar seus boletins e hoje deverá trazer seu boletim de acompanhamento de safraa. Para o analista de mercado Flávio França, estima-se que cerca de 65% das lavouras de soja do país já foram colhidas e a média de produtividade obtida até o momento está acima do esperado. 

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira (18):

Soja fecha em leve queda com clima favorável nos EUA

Por Fernanda Custódio

Nesta sexta-feira (18), os futuros da soja fecharam o pregão regular em campo misto na Bolsa de Chicago. Os principais contratos da commodity terminaram o dia próximos da estabilidade, com ligeiras perdas. Apenas o vencimento janeiro/14 encerrou a sessão do lado positivo da tabela, com 0,25 pontos de alta. No milho, as principais posições exibiram quedas de pouco mais de 1,50 pontos.

A previsão de clima seco para o Meio-Oeste dos Estados Unidos, que deve favorecer o avanço da colheita norte-americana, pesou sobre os preços futuros. Após 16 dias de paralisação, as informações oficiais sobre a safra norte-americana devem ser divulgadas na próxima segunda-feira (21), no boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Além disso, conforme destaca o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as notícias da evolução do plantio da soja e chuvas regulares em importantes regiões produtoras no Brasil também contribuíram para pressionar as cotações. Somente no estado do Mato Grosso, o plantio atingiu 27,4% da área estimada em 8,29 milhões de hectares, segundo relatório do IMEA (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).

Ainda nesta sexta, a consultoria privada Informa Economics divulgou que o plantio de soja nos EUA deverá alcançar um novo recorde em 2014. A previsão é que a área cultivada com o grão alcance 33,91 milhões de hectares, 121 mil hectares acima da estimativa realizada anteriormente. A estimativa também é maior do que o projetado pelo USDA para a safra deste ano, de 31,24 milhões de hectares. 

Com os preços do milho mais baixos, a tendência é que os produtores norte-americanos destinem mais áreas para a oleaginosa. A projeção de área semeada com o cereal foi reduzida em 400 mil hectares, para 37,11 milhões de hectares. 

Paralelo a esse cenário, a demanda chinesa por soja permanece aquecida. Nesta sexta-feira, o departamento norte-americano anunciou a venda de 222 mil toneladas de soja em grão para o país. O volume deverá ser entregue na temporada 2013/14. O órgão ainda reportou a venda de 140 mil toneladas de soja para destinos não revelados. 

Trigo – Na contramão da soja e do milho, os preços futuros do trigo terminaram a sessão com boas altas em Chicago. As principais posições exibiram ganhos de mais de 17 pontos. Segundo analistas, as cotações futuras refletem a preocupação com o clima na Argentina. No cinturão produtor do país, algumas regiões enfrentam seca, enquanto outras registraram problemas com geadas. A expectativa do mercado é que, com uma possível quebra na safra argentina a demanda pode ser transferida para os Estados Unidos.