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Notícias | Brasil

Cidade de Rio Quente sedia o Fórum Internacional de Cidades Criativas

17/09/2013 - 10:46

Murilo Nascente Santana

 Ao lado de Caldas Novas e Pirenópolis, a cidade de Rio Quen­te é um dos pontos turísticos mais visitados de Goiás. Lo­ca­lizado a cerca de 173 quilômetros de Goiânia, o município é conhecido internacionalmente por abrigar a maior instância hidrotermal do mundo, atraindo inúmeros resorts e pousadas para a região. Uma cidade nova, que conta apenas 25 anos desde sua emancipação, e que exala modernidade.


Foi esse o cenário do Primeiro Fórum Internacional de Cidades Criativas de Goiás, realizado através da parceria entre a Prefeitura de Rio Quente, Câmara de Vereadores da cidade, Secretaria do Estado de Cultura (Secult) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Em­pre­sas de Goiás (Sebrae Goiás). O evento, ocorrido nos dias 9 e 10 de setembro, contou com a participação de 59 municípios, sendo 13 de outros Estados, e mais de 600 pessoas.

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O Fórum teve como objetivo debater, difundir e estudar medidas e ações criativas para solucionar problemas urbanos e sociais e promover o desenvolvimento sustentável das cidades. Pensando nisso, foram definidos como principais alicerces do debate, o envolvimento da sociedade civil e de setores criativos no planejamento das cidades e o estímulo à cultura e à arte.

Um dos palestrantes de destaque do evento, Jordi Pardo, desenvolvedor de projetos criativos para o Centro de Criatividade de Barcelona e perito de programas para a cultura da Orga­ni­zação das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), expõe a necessidade de debater e pensar no tema proposto: “A verdade é que as cidades sempre foram criativas, porém, o momento atual exige uma reinvenção da economia e atualização nos pensamentos políticos, para dar novos impulsos à prosperidade e ao desenvolvimento das cidades”.

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Ele esclarece que economia e cidade criativas são aquelas que estimulam a capacidade da população em contribuir com valores e inovações em diversas áreas da sociedade, como por exemplo na cultura, na gastronomia, na gestão de patrimônios públicos, na música ou literatura local. “Em um projeto criativo mais avançado, é possível que a própria população reinvente todo um setor da sociedade, como a produção agrícola, as atividades turísticas. Isso depende de que exista um bom nível de integração entre cultura, tecnologia e gestão e que os setores públicos e privados saibam utilizar essa capacidade criativa, que muitas vezes já está sedimentada por um tecido cultural”, completa.

Para ele, eventos como o Fórum realizado em Rio Quente é de grande importância para divulgar as ideias que surgem, trocar experiências e colocar em execução os projetos criativos propostos, principalmente no Brasil, que passa por um bom momento na política e na economia mundial. “O Brasil tem um grande potencial de crescimento criativo, é um país enorme e com muita diversidade, o que favorece muito o surgimento de projetos diferentes e inovadores. Além disso, está vivendo um grande crescimento econômico e esse momento deve ser aproveitado. Como gostam de dizer aqui, a hora é agora.”

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Outra tendência bastante discutida no evento foi a linha de raciocínio que prestigia o futuro, contemplando resultados a médio e longo prazo. Espe­cialista no assunto, Lala Dehein­zelin, consultora em economia criativa da ONU, coordenou uma mesa-redonda e atividades em grupo visando essa discussão. De acordo com ela, no mundo atual, o futuro é bem próximo e deve ser visto com bastante atenção. “A razão de pensar olhando para frente é que o futuro antes levava mil anos, 200 ou 50 anos. Hoje, ele demora apenas um e nesse tempo as coisas mudam completamente. É preciso sempre estar à frente dos fatos, senão tudo que fizermos nascerá obsoleto.”

Para ela, é importante aliar à visão de futuro os trabalhos com microssoluções, feitos em con­junto com a participação de pe­quenos grupos. Um grande pro­blema pode ser solucionado pe­la somatória de pequenas me­didas. “É exatamente esse o re­sul­tado que o Fórum pode for­ne­cer aos participantes: uma experiência inovadora, que conseguiu reunir muitos municípios, e que através dessa conexão estabelecida entre eles, grandes problemas podem ter fim e trans­formar essas cidades em territórios criativos”, completa Lala.   

Importância gerencial

A relevância e inovação dos temas abordados para o desenvolvimento de cidades e empresas atraiu muitos gestores, tanto do setor privado como do setor público. O prefeito de Rio Quente, Rivalino de Oliveira (PP), além de participar da organização do evento, através da Secretaria de Turismo e Cultura da cidade, acompanhou as atividades nos dois dias a fim de renovar os conhecimentos sobre gestão de cidades. Ele ressaltou o apoio de todos os parceiros, elogiando o trabalho do Sebrae Goiás e da Secult. “Foi um trabalho de equipe, realizado ao lado do Sebrae e da Secult, em que nos empenhamos ao máximo. Foram três meses trabalhando na organização e testemunhar o resultado positivo é muito bom.”

Ao participar das atividades, o prefeito se surpreendeu com algumas ideias levantadas no Fórum. Segundo ele, as palestras e os grupos de trabalho mostraram que dá pra fazer grandes obras com pouco dinheiro, e que isso é muito importante para o desenvolvimento sustentável do município. Não só na questão de infraestrutura, mas também na parte cultural e principalmente na turística. “Às vezes não adianta ter dinheiro, se não tiver vontade e criatividade para realizar grandes projetos”, analisa o prefeito.

Quem também participou do Fórum foi Maria Celina Domin­gues, empresária do ramo de restaurantes na cidade de São Simão. Ela foi ao evento com uma comitiva de sua cidade, e buscava novas ideias para alavancar seu negócio. De acordo com ela, o fórum apresentou temas de grande utilidade. A empresária diz que gostou muito de participar do encontro, onde foram apresentadas muitas ideias novas. “Aprendi bastante, adquiri um grande conhecimento, agora tenho como inovar e enriquecer meu restaurante.”

Bastidores

A realização do Primeiro Fórum Internacional de Cidades Criativas de Goiás foi possível graças à parceria entre a Prefeitura e Câmara de Vereadores, Sebrae Goiás e a Secult. O superintendente da Secult, Décio Tavares, que acompanhou o evento, ressalta a importância de realizar encontros como esse para fomentar e estimular a cultura no Estado de Goiás.

“A ideia de realizar o Fórum surgiu de um workshop que participamos aqui em Rio Quente, onde se discutiu temas como turismo, cultura e meio ambiente. Ao final do trabalho, percebemos que as três áreas tinham ações muito afins e a partir de então surgiu a proposta de pensar em um território criativo para nosso estado.”

Pelo Sebrae, a organização do Fórum corresponde ao projeto Circuito das Águas Termais, iniciativa já desenvolvida pela entidade, que promove trabalhos nas cidades de Caldas Novas e Rio Quente. A gestora Andréa Santos Carneiro de Paula explica que, além de propagar e debater o tema, a intenção de levar o fórum para Rio Quente é potencializar a cidade como um ponto turístico desenvolvido e criativo.

De acordo com ela, as ações do Sebrae para continuar difundindo o assunto vão continuar após o Fórum. “Nós sabemos da importância de inovar sempre. Por isso, mesmo com o fechamento das atividades do Fórum nós vamos dar continuidade a esse processo, através de planejamentos estratégicos e implantação de medidas que promovam e incentivem a cidade criativa.”

O diretor superintendente do Sebrae Goiás, Manuel Xavier Ferreira Filho, acredita que investir na criação e planejamento de novos projetos, produtos e serviços pode acarretar uma série de resultados positivos: elevar a qualidade de vida e grau de satisfação das pessoas; valorizar artistas, pesquisadores e estudiosos, entre vários outros requisitos que compõem cenário e a realidade de uma cidade criativa.

Ele diz que o apoio da entidade à realização do Fórum acentua a missão do Sebrae em apoiar o empreendedorismo no Estado. “Com a criatividade dos empreendedores e empresários goianos aliada a uma gestão que resulte em mais emprego e renda, reforçamos que todos os envolvidos podem contar sempre com o apoio do Sebrae. De forma estratégica, o Sebrae atua para disponibilizar soluções que promovam o empreendedorismo, o desenvolvimento e a sustentabilidade dos pequenos negócios do Estado de Goiás,” afirma o diretor.  

 

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