Os senadores Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Pedro Simon (PMDB-RS) e vanessa Grazziotin (PC do B-AM) repudiaram a espionagem da Petrobras pelo governo dos Estados Unidos. Eles apelaram à presidente Dilma Rousseff que cancele o leilão do pré-sal agendado para o dia 10 de outubro e citado na reportagem do Fantástico (TV Globo) na noite de domingo. A reportagem baseou-se em documentos vazados pelo ex-consultor de informática Edward Snowden. Eles indicam que a rede privada de computadores da petrolífera brasileira foi monitorada pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA). De acordo com a reportagem, não é possível saber a extensão do monitoramento, nem se conteúdos da estatal foram acessados.
- Demonstra-se claramente uma postura inaceitável de atentado grave à soberania brasileira, buscando, inclusive, adquirir segredos e informações fundamentais da Petrobras, seja no que se refere às tecnologias desenvolvidas pela Petrobras em prospecção de petróleo em águas profundas, reconhecidamente a tecnologia mais avançada do mundo, como também buscando saber o potencial dos campos de petróleo do pré-sal – avaliou o senador Rollemberg. Ele também sugeriu que a presidente cancele a viagem aos Estados Unidos agendada para o mês de outubro e aconselhou que o Brasil proíba que empresas estadunidenses de participarem dos próximos leilões para exploração de campos petrolíferos na camada pré-sal brasileira.
O senador Pedro Simom classificou a espionagem como inaceitável e declarou: "Eu apelo a presidente Dilma que cancele este leilão".
A senador Vanessa Grazziotin repudiou com veemencia a espionagem e sugeriu convidar ao Senado o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, autor das reportagens divulgando o escândalo da NSA desde maio. Ela também pediu o cancelamento do leilão.
Os senadores foram aparteados várias vezes em apoio às sugestões apresentadas. Também em aparte, o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que "é uma ingenuidade acreditar que não há espionagem; seríamos abilolados se não soubéssemos que acontece espionagem". Ele sugeriu que o Brasil precisa buscar instrumentos que limitem a espionagem por outros Estados.
Taques aacrescentou que não há amizade entre presidentes, o que existe são interesses. Ao que a senadora respondeu: "Não é porque existe que está correto".