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BBom recorre contra bloqueio de bens feito pelas Justiças de GO e SP

01/09/2013 - 11:56

Redação

 Investigada por suspeita de pirâmide financeira, a empresa BBom informou nesta sexta-feira (30) que recorreu da decisão da Justiça Federal de Goiás, que bloqueou mais de R$ 300 milhões em bens da Embrasystem, dona do nome fantasia da marca, e dos seus sócios.

Em nota, a empresa diz que “confia na Justiça brasileira e que aguarda uma decisão contra a ação do Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO)”. Além disso, ressalta que “está colaborando com a divulgação de todas as informações solicitadas”.

Na última quarta-feira (28), a Embrasystem foi alvo de uma nova medida judicial. Desta vez, o pedido da Procuradoria da República foi aceito pela Justiça Federal de São Paulo, que determinou o sequestro de 49 veículos, entre eles 26 carros de luxo, e o bloqueio de R$ 479 milhões em contas bancárias de dirigentes. A decisão é do juiz Marcelo Costenaro Cavali, da 6ª Vara Criminal Federal paulista, que destacou que os agentes da Polícia Federal estavam com dificuldade para recolher os veículos.

Sobre essa nova ação, a BBom informou que “todos os carros que fazem parte do bloqueio já estão sob o poder da Justiça Federal. A empresa cumpriu com a determinação e entregou todos os veículos, conforme solicitação”. A companhia também vai recorrer contra a decisão.

Goiás
O MPF-GO pediu a condenação do grupo por formação de pirâmide financeira e captação irregular de poupança popular. Além disso, quer a dissolução jurídica da empresa e a reparação de danos causados aos consumidores, com futuras indenizações.

A ação é movida pelos procuradores da República Mariane Guimarães e Helio Telho e do Promotor Murilo Miranda contra a Embrasystem Tecnologia em Sistemas, Importações e Exportações. Para os MPs, os proprietários das empresas devem responder por formação de pirâmide financeira e captação irregular de poupança popular.

No último dia 14, o MPF-GO informou que a empresa tentou sacar cerca de R$ 2,5 milhões do valor que foi bloqueado. De acordo com o órgão, a quantia foi depositada na conta de um “laranja”, mas o saque foi impedido por meio de uma ação cautelar.
O total de R$ 2.480.000 foi transferido para a conta bancária de Cristina Dutra Bispo, esposa do diretor de marketing da BBom, Ednaldo Alves Bispo. O casal receberia o dinheiro desviado com o fim de frustrar o bloqueio das empresas do grupo.

Em nota enviada ao G1, a BBom explicou que o executivo Ednaldo Alves Bispo e sua esposa Cristina Dutra Bispo trabalham para a empresa e “têm remuneração definida sob a forma de contrato de prestação de serviços, com firma reconhecida desde o início das atividades”. Em relação ao valor depositado na conta da mulher, a empresa garante que o dinheiro “pertence ao casal, que possui conta corrente conjunta”.

Investigação
A BBom é investigada por uma força-tarefa, que realiza uma varredura em todo o país contra a prática de pirâmide financeira, que é ilegal. Em Goiás, os Ministérios Público Federal e Estadual suspeitam que a companhia não tenha todos os rastreadores oferecidos aos associados.

Os pedidos de bloqueio de bens e suspensão das atividades foram acatados pela juíza federal substituta da 4ª Vara Federal de Goiânia, Luciana Laurenti Gheller, no dia 10 de julho. Desde então, estão bloqueados R$ 300 milhões em contas bancárias do grupo, além de cerca de 100 veículos, incluindo motos e carros de luxo como Ferrari e Lamborghinis.

Em uma segunda liminar, no dia 17 de julho, a juíza determinou a “imediata suspensão” das atividades desenvolvidas pela BBom, e proíbe o cadastro de novos associados bem como a captação de recursos financeiros junto aos associados que já integram a rede.

Pirâmide
Segundo a Justiça, os integrantes da BBom são remunerados pela indicação de novos participantes no negócio, sem levar em consideração a quantia gerada pela venda dos produtos. Isso caracteriza o esquema de pirâmide financeira.

Os interessados se associavam mediante o pagamento de uma taxa de cadastro, no valor de R$ 60, mais uma taxa de adesão, que variava de R$ 600 a R$ 3 mil, de acordo com o plano escolhido. Depois disso, a pessoa era obrigada a atrair novos associados e pagar uma taxa mensal no valor de R$ 80, pelo prazo de 36 meses. Quanto maior o número de novos integrantes, maior seria a premiação ou bonificação que seria oferecida pela empresa.

 

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