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Notícias | Legislativo

Deputados querem votar em setembro proibição de doações de empresas para candidatos

26/08/2013 - 09:21

Redação

 Com a quarta derrota de um projeto de reforma política, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral resolveu pegar a mão na massa e apresentar uma proposta de iniciativa popular para tentar alavancar no Congresso pelo menos o fim do financiamento de empresas a candidatos e um teto de doação para campanhas políticas. Mas há uma preocupação num grupo de cerca de 30 deputados, que acredita que um projeto muito amplo tende a falhar. Esses mesmos deputados defendem começar apenas proibindo que empresas possam doar para candidatos. E eles querem votar essa proposta ainda na primeira quinzena de setembro, para que o Senado já possa votá-la na segunda quinzena.

Como a Ficha Limpa

O deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da última proposta de reforma política, saiu na frente e já protocolou dois projetos de lei: um que estabelece teto para doações e outro que proíbe que pessoas jurídicas contribuam com campanhas. Mas, para conseguir  pelo menos uma vitória, Fontana aceita deixar de lado a proposta que cria um teto para focar na proibição de contribuição de empresas. Mas ele está otimista. “Acredito que essa proposta vai seguir o mesmo caminho da Ficha Limpa. No começo parece que ninguém vai votar, mas no final é uma vitória imensa”. Mesmo assim, há obstáculos. “Não acredito que uma reforma política estrutural vá ter sucesso no parlamento. Os níveis de conservadorismo são muito grandes”. O deputado Alessandro Molon (PT-RJ),foto, acredita que se for proibida a doação de empresas para campanhas a tempo de valer para as eleições do ano que vem, a próxima legislatura será mais representativa. “Nós temos a bancada ruralista, que representa 0,2% da população e tem mais de um terço dos deputados”.

Minirreforma parada

Enquanto o Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral tenta emplacar no Congresso a sua proposta de reforma política, o grupo de trabalho que trata da minirreforma eleitoral anda mal das pernas. Chegando  perto do prazo para apresentar as mudanças propostas, o grupo fez apenas uma reunião e duas audiências públicas, sem apresentar algo concreto. “O GT andou muito pouco, discutiu muito pouco. E nesse ritmo, não vai sair nada para 2014”, disse o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), membro do grupo. Tanto que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) resolveu apresentar um projeto de reforma para que os deputados consigam fechar já na próxima semana. “Não é atropelo porque estou trabalhando em sintonia com o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP)”, afirmou.

Esperar um pouco

A proposta de reforma política que teve mais sucesso até agora foi do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), que chegou a ser votada em plenário, mas foi derrotada por uma diferença de 32 votos. Ele acredita que tentar uma reforma para valer em 2014 vai levar a uma derrota certa. “Se fossem apresentadas mudanças para duas ou três eleições depois, os deputados não votariam pensando na própria reeleição”, disse.

CURTA

Impacientes com a demora dos debates, o grupo de trabalho da Câmara encarregado de formular uma proposta de reforma política deve começar a deliberar sobre o tema já na quinta-feira. Na última reunião o deputado Cândido Vacarezza (PT-SP) pressionado por parlamentares antecipou a etapa de votações. Mas mesmo nisso não há consenso.

 

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