O senador Mário Couto (PSDB-PA) considerou a manutenção de vetos presidenciais, na terça-feira (20), como uma prova de que a presidente Dilma Rousseff manda no Congresso. Em pronunciamento nesta quarta-feira (21), ele classificou o resultado da votação como uma decepção e um dia triste para o Congresso Nacional.
- Eu não participo disso, mesmo que eu leve falta. Não participo deste tipo de agressão ao meu país e ao povo brasileiro – disse o senador, que informou ter se retirado da sessão em que foram apreciados os vetos.
Marcada por manifestações nas galerias, a votação teve como resultado uma vitória do governo, manutenção dos quatro vetos em análise. Além da Lei do Ato Médico (Lei 12.842/2013), foram mantidos vetos relacionados ao Programa Universidade para Todos (Prouni); à desoneração da cesta básica; e à retirada do cálculo dos repasses aos Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios (FPE e FPM) das desonerações feitas pela União.
Para o senador, a presidente usa como “moeda de troca” para a manutenção dos vetos a liberação de emendas parlamentares. Ele lembrou que, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo, apenas nos nove primeiros dias deste mês foram liberados R$ 1,2 bilhão em emendas. O valor quase alcança a soma liberada nos sete meses anteriores: R$ 1,4 bilhão.
Mário Couto também usou o tempo na tribuna para criticar a contratação de médicos estrangeiros para atuar em locais com déficit desses profissionais, pelo programa Mais Médicos, do governo federal.
