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BBom e Telexfree paralisam Lucas do Rio Verde

21/07/2013 - 12:43

Redação

 A procuradora da República Mariane Guimarães e o promotor Murilo Miranda, de Goiás, suspeitam que o grupo BBom não tenha todos os rastreadores oferecidos aos associados, segundo eles mais um indício de formação de pirâmide financeira, prática ilegal no país. Pelo menos 1.200 deles nunca receberam os rastreadores, de acordo com queixas postadas no site Reclame Aqui.

A empresa deixa de informar a quantidade exata de equipamentos negociados. "Estranhamente, ela só informa nos autos uma amostragem, que seria de 14 mil equipamentos negociados. Também demonstra ter adquirido 70 mil aparelhos para vendas futuras", diz Mariane Guimarães.
 
Ela  acredita que a empresa que fornece esses rastreadores não tem condição de fornecer os aparelhos que a BBom precisaria ter "para atender a quantidade estratosférica de consumidores para os quais ela vendeu".
 
A BBom informou em nota que comprou 1,25 milhão de rastreadores, sendo que 30 mil já foram entregues, 75 mil estão em estoque, 145 mil, em trânsito, e 1 milhão de aparelhos serão entregues seguindo a previsão de entrega dos fornecedores.
 
“Estamos seguindo uma programação de entrega de acordo com a data de solicitação do rastreador pelo associado. Em até 60 dias todas as solicitações serão atendidas, conforme o cronograma de solicitação”, diz a nota.
 
Lucas do Rio Verde
Muita gente se desfez de imóveis e retirou as economias da caderneta de poupança para aderir ao sistema da BBom. É o que constata a revista Veja, por exemplo, em reportagem sobre a cidade de Lucas do Rio Verde, de 45 mil habitantes, no norte de Mato Grosso.
 
Segundo funcionários da Caixa Econômica Federal na cidade, ouvidos pela revista, o volume de depósitos na poupança caiu 30% no auge da euforia com o esquema, e não se recuperou. "Muitas pessoas, além disso, comprometeram todo o salário em diferentes bancos, levantando dinheiro em empréstimos consignados para aplicar nas empresas que, em tese, lhes dariam um retorno extraordinário".
 
Movimentos anormais também foram registrados no mercado imobiliário. “As pessoas vendiam casa, terreno, comércio para investir. Agora, tem gente vendendo imóveis para pagar as dívidas”, contou à revista José Valdemar Kluge, dono da imobiliária Dinâmica, uma das maiores da cidade.
 
A Telexfree também atraiu muita gente, em Lucas do Rio Verde, de acordo com a reportagem. “Houve gente que investiu 600 mil reais na TelexFree na cidade”, disse um empresário. Segundo ele, o patamar mínimo de aportes dos moradores na TelexFree era de 3 mil reais. “Os ricos podem ficar frustrados, não sentem tanto a perda do dinheiro. Os pobres, sim. Muitos estão até sem casa”, afirmou.
 
“Quem não quer ganhar dinheiro fácil? No começo, parece vantajoso. As promessas são de retornos extraordinários, basta que você traga mais gente para a armadilha", disse na mesma reportagem Isabel de Fátima Ganzer, superintendente do Procon de Lucas do Rio Verde.
 
Pelo modelo da BBom, os interessados pagam uma taxa de adesão, que varia de R$ 600 a R$ 3 mil, de acordo com o plano escolhido. Depois se comprometem a atrair novos associados e a pagar uma taxa mensal no valor de R$ 80, pelo prazo de 36 meses, segundo a investigação do MP.
 
"Diferente de uma empresa de marketing multinível séria, o foco principal dela não é a venda do produto, e sim o recrutamento de novos divulgadores, para que esses novos divulgadores, num esquema piramidal, ganhe dinheiro recrutando mais e mais", conclui a procuradora da República Mariane Guimarães.
 
No site da BBom no Brasil há um comunicado explicando que por ordem da Justiça Federal, a empresa "está impedida de receber a adesão de novos associados, seja através de seus sites, seja através dos sites de seus associados, bem como de receber as mensalidades cobradas dos associados já admitidos no sistema".
 

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