Mais um capítulo na já desgastada relação entre os deputados estaduais da base do governador Silval Barbosa(PMDB) e os secretários de governo. Os parlamentares, que já reclamavam da dificuldade de acesso, agora criticam o assédio de auxiliares que tem projeto para 2014 sobre bases as eleitorais dos legisladores. Com a eleição ficando mais próxima e a dificuldade do chefe do Exe­cutivo em colocar “panos quen­tes” nos desgastes, há o perigo que a tensão se acentue ainda mais, provocando mais desgastes entre os aliados. 

Segundo fontes palacianas a reclamação é geral devido que há secretário perseguindo bases eleitorais mantidas pelos parlamentares no interior. Outros também foram vítimas do assédio de auxiliares que estão em busca de viabilidade para disputar mandatos em 2014, especialmente de deputado federal. 

A reclamação dos parlamentares é bem simples. Nos eventos de entrega de benefícios do governo estadual, os secretários chefiam as comitivas, mas não convidam o deputado estadual que tem base eleitoral na região. Sem o parlamentar, o auxiliar, que tem projeto para 2014, fica mais livre para articular com prefeitos e lideranças locais, o que, em casos mais extremos, pode significar até um apoio a outro nome para a Assembleia Legislativa.

Os ataques sofridos nas bases têm deixado os parlamentares descontentes, já que muitos deles serão candidatos à reeleição e não querem perder as bases conquistadas. Além disso, o problema também atrapalha o próprio governo, já que, para “vigiar” os redutos, muitos deputados se ausentam do plenário, dificultando votações de projetos do governo. 

 “Falta tranquilidade para o deputado trabalhar. Ele está aqui no plenário votando projeto do governo sabendo que um secretário candidato está lá na cidade dele fazendo proselitismo político”, argumenta outro deputado da base do governador.

Descontentamento

O cuidado com as bases eleitorais, porém, pode ser também apenas uma justificativa para uma preocupação ainda maior, que envolve também a dificuldade da administração de apresentar resultados efetivos à sociedade. 

“Chega a ser uma injustiça com o deputado, que rói o osso tanto tempo, mas fica de fora na hora de receber o filé. O governo está com tanta dificuldade para mostrar resultado e quando há uma coisinha para mostrar, ninguém chama o parlamentar e o secretário que vai lá não tem a deferência nem de citar o nome do deputado, que muitas vezes foi até quem batalhou para levar o benefício”, explica um parlamentar. 

Assembleia

Outro problema é que não são apenas os candidatos à Câmara dos Deputados que provocam esse tipo de crise na base aliada. Em menor escala, os secretários que têm interesse em conquistar mandato na Assembleia Legislativa também são responsáveis por pequenos atritos.  

Até 2014, há a expectativa de que existam novas disputas por bases eleitorais, já que o governo tem auxiliares que tencionam brigar pela Assembleia.