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Plano de mobilidade urbana levará 25 anos para sair do papel

10/07/2013 - 09:53

RAPHAEL MARCHIORI

 Se depender do ritmo atual de investimentos, o governo federal levaria 25 anos para aplicar os R$ 50 bilhões em mobilidade urbana prometidos pela presidente Dilma Rousseff após a onda de manifestações que tomou conta do Brasil. Em média, foram empenhados (reservados para pagar uma obra planejada) R$ 167 milhões por mês (R$ 2 bilhões por ano) nos últimos 42 meses para construção de linhas de metrô, BRT (Bus Rapid Transport) e VLT (Veículos Leves Sobre Trilhos), entre outros modais – o equivalente a 14% dos R$ 49,3 bilhões previstos desde 2010. A promessa faz menos sentido ainda quando se leva em conta que Dilma tem apenas mais um ano de mandato, embora possa concorrer à reeleição.

A porcentagem de execução dos projetos de mobilidade só não é pior por causa da Copa de 2014. Orçadas em R$ 9,8 bilhões, os projetos do PAC da Copa tiveram empenhados 68% desse valor (R$ 6,7 bilhões) – sendo mais de R$ 2 bilhões já pagos por serviços feitos. Do valor total, 40% virão de contrapartidas de estados e municípios.

Mas até mesmo os projetos da Copa pare­cem pa­tinar. Segundo o Portal da Transparência, da Con­troladoria-Geral da União (CGU), apenas seis das 57 ações de mobilidade urbana previstas têm mais de 50% de execução física concluída. Além disso, 13 ainda não tiveram o financiamento contratado.

Excluindo as obras da Copa, uma busca no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) – ferramenta de acompanhamento do orçamento federal – revela que a execução dos projetos é ainda mais lenta. Desde 2010, dos R$ 3,9 bilhões previstos em orçamento para as ações de mobilidade urbana e trânsito, apenas R$ 243,8 mil foram empenhados.

Para Gil Castello Branco, diretor da ONG Contas Abertas, mais dinheiro para mobilidade não resolverá os gargalos do trânsito no país. “O problema é a execução pífia dos projetos. Essas obras talvez sejam as mais difíceis de serem realizadas porque implicam em regiões já consolidadas. Muitas vezes, os municípios sequer têm projetos para implantá-las.”

 

 

 

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