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Tráfico de órgãos em Cuiabá choca população

01/06/2013 - 09:12

Redação

 Imagens divulgadas pela Polícia Judiciária Civil ajudaram na localização do bebê de apenas 1 mês de vida, levado na tarde de quinta-feira (30.05), por uma mulher na região do bairro Pedra 90, em Cuiabá. Desde o sumiço da criança, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) trabalhava na identificação da mulher que pegou a criança do colo da mãe, a adolescente R.T.I.S, de 15 anos, que teria negociado o filho por R$ 5 mil, para deixá-lo com a mulher até sábado (01.06).

 
Com a divulgação do perfil da mulher na imprensa, uma denúncia via Centro Integrado de Operações de Segurança (CIOSP) levou a localização da mulher e da criança. Segundo a denúncia, uma mulher com as características divulgadas estaria com uma criança em um ponto de ônibus da região do Jardim Industriário. A guarnição da Polícia Militar foi acionada e prendeu a suspeita no local informado.
 
A criança estava em poder Juciane Santos Souza, de 29 anos, conduzida em  flagrante ao Plantão da Polícia Civil, no bairro Planalto. O delegado Gianmarco Paccola Capoani, adjunto da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e o delegado plantonista Ivar Polesso, vão conduzir a lavratura do flagrante.
 
Conforme o delegado Gianmarco Paccola, a princípio, a suspeita poderá ser indiciada por tráfico de criança e a adolescente no Artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que tipifica como crime quem “promete ou efetiva a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa”. Com pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa. O bebê será entregue ao Conselho Tutelar.
 
No segundo termo de declaração colhido pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), nesta sexta-feira (31), a mãe do menino de pouco mais de 1 mês contou que foi abordada pela mulher no  ponto de ônibus, na Praça Maria Taquara, no Centro de Cuiabá. Ela disse que saiu do bairro Parque do Lago, em Várzea Grande, para ir até a casa da cunhada no Pedra 90.
 
A adolescente narrou que uma mulher que disse se chamar “Ana”, começou a brincar com o bebê, admirando-o como era gordinho. Segundo a menor, a suspeita disse que estava vindo da casa de uma mulher que lhe havia prometido uma criança e que essa mulher tinha morrido com três facadas e a avó ficado com a criança. A suspeita falou ainda que  teria perdido o contato e que estava voltando da casa da tal mulher, mas não disse em que bairro.
 
Ainda de acordo com a declaração da adolescente, ambas entraram no mesmo ônibus com destino ao Jardim Industriário e que a suspeita a ajudou com a bolsa de fraldas para que pudesse entrar no ônibus. A mulher passou a catraca e foi se sentar nos fundos do ônibus e a adolescente sentou-se ao seu lado.
 
Conforme a menor, durante a viagem a mulher disse que precisava de uma criança, por um dia, para apresentar a um homem que estaria chegando de Nova York, nos Estados Unidos, pois ele acreditava que ela estava grávida e ele precisava mostrar a criança. A suspeita ainda teria falado, que "não era todo dia que encontrava um ‘trouxa’ para tirar dinheiro". A mulher contou ainda que tinha perdido a sua filha de 7 meses. Segundo a adolescente, a mulher insistia para que lhe emprestasse a criança e a todo momento ligava para alguém, perguntando se o “Paulo” havia telefonado e lamentava que não tinha encontrado a criança.
 
O delegado Gianmarco disse que a adolescente negociou a criança com mulher, mesmo acreditando que seria por pouco tempo. “Acreditamos que ela entrou a criança voluntariamente para a mulher. Negociando ‘emprestar’ e durante a negociação a mulher pegou a criança, enquanto a mãe foi até uma mercearia comprar uma sombrinha”, afirmou o delegado.
 
Ainda nas declarações a adolescente contou que a suspeita insistiu para que ela deixasse o menino com ela e que pagaria R$ 5 mil. A mulher disse que devolveria a criança no sábado em um posto de gasolina no Pedra 90, onde morava em frente.
 
A adolescente conta que durante o trajeto não falaram mais sobre o assunto  e que desceu na praça do CAIC, no Pedra 90, onde a mulher também desembarcou. Neste instante, a mulher pediu para pegar a criança no colo. Enquanto seguia para a casa da cunhada a suspeita pediu para a adolescente comprar uma água, lhe dando R$ 100. A menor contou que foi até um bar e comprou a água com o próprio dinheiro, pois não havia troco para o dinheiro entregue pela suspeita.
 
Ao retornar ao trajeto, a menor disse que começou a chuviscar e depois a chuva engrossou, então a mulher pediu para ela ir comprar uma sombrinha, dizendo que o bebê poderia ‘pegar pneumonia’ e ela também. A menina contou que então foi comprar  e que ao retornar, menos de cinco minutos depois, a mulher havia sumido com a criança.  
 
O caso foi encaminhado à Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica).

TRÁFICO DE ÓRGÃOS
A suspeita Juciane Santos Souza confessou em depoimento que o menino seria morto e seus órgãos doados para uma família no exterior. Jucione Santos Souza disse ainda que receberia uma quantia em dinheiro para concretizar o esquema de tráfico internacional de órgãos humanos. Conforme a polícia, a criança deixaria Mato Grosso no final da tarde desta sexta-feira. O bebê ficou um dia longe da família.
 

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