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Artigos | Cícero Henrique

O mundo em guerra

06/11/2023 - 07:41

Foto: Arquivo pessoal

Em 2022 foram 55 conflitos envolvendo Estados em 38 países, sendo 8 considerados guerras; Sudão deve entrar para a lista no relatório de 2023 e se tornar a nona. Neste momento, oito guerras acontecem ao redor do mundo. É o maior número desde o fim da Guerra Fria.

Para além dos números de mortos, as guerras também provocam um alto custo humanitário de deslocamentos internos, migrações internacionais e pobreza extrema. Segundo dados da Acnur, mais de 108,4 milhões de pessoas foram forçadas a migrar em 2022 devido a conflitos. No Iêmen, que vive uma guerra de procuração entre Arábia Saudita e Irã desde 2015, cerca de 80% da população se encontra abaixo da linha da pobreza e imagens de crianças em estado de inanição se tornaram comuns.

Só em 2022 foram registrados 55 conflitos em 38 países, sendo que 8 deles são considerados guerras, em que há mais de mil mortes relacionadas por ano, contra 5 no ano anterior. As oitos guerras de 2022 foram: Etiópia, Ucrânia, Somália, Iêmen, Burkina Faso, Mali, Mianmar e Nigéria. Mas conflitos antigos, como a guerra da Síria, continuam a causar vítimas mesmo anos depois de seu ápice, embora em números menores hoje em dia.

Enquanto isso, 2023 viu um novo conflito eclodir no Sudão, quando dois generais das Forças Armadas entraram em disputa para ocupar o vácuo de poder criado pela queda do ditador Omar Al Bashir. Ao mesmo tempo, o longo conflito entre palestinos e israelenses voltou a escalar após a eleição da coalizão mais extremista-religiosa da história de Israel.

A própria invasão da Rússia à Ucrânia reacendeu antigas disputas territoriais como na pequena região de Nagorno-Karabakh, que viveu novos focos de conflitos em 2022.

Na Síria a guerra dura mais de 10 anos, além da crise humanitária do Iêmen
.
O conflito Nagorno-Karabakh, o cessar-fogo que não durou. Somália e a luta contra um califado.
Mianmar e a luta contra repressão. República Democrática do Congo.

A violência escalou no ano passado com os combates entre o grupo armado M23 e as forças armadas, mas tem as suas raízes no genocídio da vizinha Ruanda há quase 30 anos.

Em 1994, a perseguição dos extremistas da etnia Hutu contra os Tutsi e os Hutu moderados levou uma onda de refugiados para a República Democrática do Congo (que na época chamava Zaire). Lá, esses grupos étnicos se armaram temendo que a disputa que enfrentaram dentro de casa cruzasse a fronteira. Quando os Tutsi chegaram ao poder na Ruanda apoiaram no Zaire o líder da oposição Laurent Kabila sob o argumento de que a presença dos rebeldes Hutu no país era uma ameaça.

Estamos em 2023 e nada mudou, o mundo está em guerra sem o uso das bombas atômicas e armas superpoderosas, mas o pensamento de alguns líderes é mesmo exterminar grupos de etnias ou países contrários, um exemplo disso é a guerra entre Ucrânia e Rússia, tudo por espaço territorial, nem que para isso mate mulheres e crianças, idosos e pacientes nos hospitais. A justificativa é sempre que há alguns inimigos infiltrados nos hospitais, escolas e etc.

Ou seja, os meios justificam a carnificina dos civis que, infelizmente, servem de escudo, com o sacrifício de diversas gerações.

O ser humano evoluiu tecnologicamente, mas com certeza regrediu humanamente. Basta ver que a cada dia a situação no mundo piora. Não estou nem mesmo aqui citando as questões das mudanças climáticas, mas sim a guerra desenfreada que ocorrem neste momento em algumas partes do globo, que conhecemos como terra, onde os seres humanos foram criados para viverem em paz.

O fato é que esses líderes não querem a paz, mas sim a guerra e isso fica evidente nos debates no Conselho de Segurança da ONU. Um lado propões corredor humanitário, o outro se nega, com desculpas esfarrapadas, aumentando ainda mais a carnificina entre os civis.

Os cinco países que mandam na ONU, através do Conselho de Segurança estão longe de querer a paz, mas sim aumentar ainda mais os conflitos e guerras pelo globo, devido o bilionário comércio de armas por parte de diversos países, além, é claro, do mal de algumas lideranças desses países.

A própria Bíblia explica isso:

 "E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; vede que não vos assusteis, porque é necessário que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas essas coisas são o princípio das dores." Mateus 24:6-8.
 

Cícero Henrique

Cícero Henrique


Jornalista em Cuiabá
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