informe o texto

Notícias | Executivo

Bolsonaro rejeita CoronaVac, mas sempre ''''receitou'''' cloroquina

Presidente desautoriza ministro da Saúde e manda cancelar protocolo de compra

21/10/2020 - 13:53 | Atualizada em 21/10/2020 - 18:21

Da Redação

Bolsonaro rejeita CoronaVac, mas sempre ''''receitou'''' cloroquina

Presidente Bolsonaro recomenda cloroquina, sem comprovação científica

Foto: Reprodução

Em meio à guerra da vacina protagonizada pelo presidente Jair Bolsonaro, que desautorizou o ministro da Saúde Eduardo pazuello e mandou cancelar o protocolo de intenção de compra da vacina CoronaVac, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, divulgou curta nota à imprensa.

"O Governo de Mato Grosso defende que o Governo Federal lidere esse importante processo e disponibilize a vacina contra a covid-19 à população. E o mais importante: que as vacinas entregues sejam confiáveis e devidamente atestadas pelos órgãos sanitários". Mais cedo o governador havia anunciado que em janeiro a CoronaVac chegaria a Mato Grosso.

O posicionamento do presidente Bolsonaro gera mais uma crise com governadores e com o ministro da Saúde, até ontem exaltado como o "que deu certo". 

Hoje (21) Jair Bolsonaro declarou que, antes de ser disponibilizada para a população, a vacina deverá ser “comprovada cientificamente” pelo Ministério da Saúde e certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem”, escreveu Bolsonaro em publicação nas redes sociais. A afirmação contrasta com o empenho do presidente, que desde o início da pandemia defende o uso da clororoquina e de um vermífugo para tratamento de covid, ambos rejeitados pela comunidade científica mundial.

Ontem (21), após reunião virtual com governadores, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, assinou um protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da CoronaVac, com o objetivo de ampliar a oferta de vacinação para os brasileiros. O ministério já tinha acordo com a AstraZeneca/Oxford, que previa 100 milhões de doses da vacina, e outro acordo com a iniciativa Covax, da Organização Mundial da Saúde, com mais 40 milhões de doses.

Segundo o ministério, o processo de aquisição ocorreria somente após o imunizante ser aprovado e obter o registro junto à Anvisa. Para auxiliar na produção da vacina, a pasta já havia anunciado o investimento de R$ 80 milhões para ampliação da estrutura do Butantan.

A CoronaVac já está na Fase 3 de testes em humanos e, segundo Instituto Butantan, ela é uma vacina segura, ou seja, não apresenta efeitos colaterais graves. Ao todo, os testes serão realizados em 13 mil voluntários e a expectativa é que sejam finalizados até dezembro.

Caso a última etapa de testes comprove a eficácia da vacina, ou seja, comprove que ela realmente protege contra o novo coronavírus, o acordo entre a Sinovac e o Butantan prevê a transferência de tecnologia para produção do imunizante no Brasil. A CoronaVac prevê a administração de duas doses por pessoa.

Ministério da Saúde
Já em pronunciamento na manhã de hoje, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, informou que “houve uma interpretação equivocada da fala do ministro da Saúde” e não houve qualquer compromisso com o governo do estado de São Paulo no sentido de aquisição de vacina contra a covid-19. “Tratou-se de um protocolo de intenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, sem caráter vinculante, por se tratar de um grande parceiro do Ministério da Saúde na produção de vacinas para o Programa Nacional de Imunizações [PNI]."

Franco esclareceu que é “mais uma inciativa para tentar proporcionar vacina segura e eficaz para a nossa população, neste caso como uma vacina brasileira” e se estiver disponível antes da vacina da AztraZeneca/Oxford ou da Covax. “Não há intenção de compra de vacinas chinesas”, ressaltou.

O secretário reforçou que qualquer vacina depende de análise técnica e aprovação da Anvisa, pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do Sistema Único de Saúde (SUS). Franco reafirmou que quando qualquer vacina estiver disponível, certificada pela Anvisa e adquirida pelo Ministério da Saúde, ela será oferecida aos brasileiros por meio do PNI e, “no que depender desta pasta, não será obrigatória”. (Com informações da Agência Brasil)
 

Informe seu email e receba notícias!

Sitevip Internet