O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) concluiu o estudo clínico com o uso do medicamento nitazoxanida em pacientes na fase precoce da covid-19.

O ministro Marcos Pontes e pesquisadores apresentaram os resultados da pesquisa no Palácio do Planalto, mas sem informar detalhes do estudo, que ainda não foi publicado em nenhuma revista científica. “Não podemos relatar pois ele foi submetido a uma revista internacional”,  disse a coordenadora do ensaio clínico realizado com a medicação, doutora Patrícia Rocco.

O MCTI iniciou as pesquisas com a nitazoxanida, um vermífugo de nome comercial Annita, baseado em um estudo do Laboratório Nacional de Biociências do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social vinculada ao ministério, que com o uso de inteligência artificial e biologia computacional, iniciou estudos com o reposicionamento de fármacos.

Segundo o ministro Marcos Pontes, o medicamento é capaz de reduzir a carga viral, a capacidade de contágio e reduz o risco de morte.

Em agosto o Jornal da USP publicou reportagem em que cientistas pedem mais transparência na pesquisa conduzida pelo MCTI. "Um estudo semelhante, realizado com o mesmo tipo de células no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, porém, chegou a uma conclusão diferente. Segundo a pesquisa — publicada em formato preprint na plataforma digital bioRxiv — a nitazoxanida se mostrou citotóxica e não seletiva para o SARS-CoV-2 em experimentos in vitro; o que significa dizer que ela matou as células em cultura antes de eliminar o vírus. Esse resultado, segundo os pesquisadores, não dá suporte à realização de um estudo clínico. O estudo foi liderado pelo biólogo Lucio Freitas Junior, coordenador da Plataforma de Triagem Fenotípica do ICB, em colaboração com cientistas da USP e de outras instituições".