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Advogado diz que ouro no subsolo levou à maior injustiça já vista em MT 

Assentados denunciam incêndio criminoso no momento da desocupação, abandono das autoridades e injustiça: Apesar de terem escritura da terra, foram expulsos e estão entregues à própria sorte

16/09/2020 - 19:20 | Atualizada em 18/09/2020 - 07:28

Jô Navarro

O Mandado de Segurança impetrado pelo advogado Daniel Ramalho, em nome dos moradores da Gleba Boa Sorte, que pede a suspensão da ordem de reintegração de posse em favor da Fazenda Santa Cruz, já passou por cinco desembargadores e nenhum deles decidiu. Enquanto a batata quente passa de mão em mão, a polícia militar e o autor do processo foram até o local e expulsaram de suas terras os assentados da Gleba Boa Sorte, que possuem matrícula, foram assentados pelo Intermat e têm toda a documentação de propriedade.

É o que relata Dr. daniel Ramalho, inconformado com o desfecho e a demora em obter uma decisão judicial que evitasse 'a maior injustiça já vista'. Segundo Daniel Ramalho, o subsolo da área em litígio é rico em ouro, o que pode justificar o real interesse da ação judicial com a finalidade de se apossar de terra..

Documentação da área desocupada

Matrícula nº 92.578, de 16/11/2010, livro 2, Ficha nº 01V, registrado no Segundo Serviço Notarial e Registral da 1ª Circunscrição Imobiliária da Comarca de Cuiabá-MT, devidamente arrecadado pelo Estado de Mato Grosso, conforme Portaria nº 126/2010, do Instituto de Terras de Mato Grosso – INTERMAT, publicada no Diário Oficial de 04/10/2010 (fl. 32).

Intimidação e abandono

Durante a desocupação, segundo relato dos assentados e vídeos gravados por eles, o oficial de justiça não permitiu que os moradores lessem o documento em suas mãos e não quis compará-lo com o documento que prova que a área da Gleba Boa Sorte não é a especificada no mandado judicial.

Segundo o advogado, no Mandado de Reintegração de Posse, a área a ser reintegrada é a própria Fazenda Santa Cruz, não a Gleba Mercedes.

Assentados relatam em vídeo que responsáveis pela desocupação atearam fogo no entorno das casas, matando animais de criação e destruindo tudo, 'Um incêndio criminoso', denuncia uma das assentadas.

Eles se queixam do abandono por parte das autoridades. Não houve acompanhamento da assistência social, foram levados para um local sem condições mínimas de habitação, sob uma espécie de tenda, sem paredes, todos amontoados sobre o solo, idosos, mulheres e crianças. 'Onde está o Estado?', pergunta um idoso, aos prantos, ao lado dos pertences amontoados e uma bandeira do Brasil.

A reportagem optou por publicar os vídeos gravados pelos assentados, a fim de mostrar os fatos.

Até o momento desta publicação, não há ainda decisão sobre o Mandado de Segurança, que já passou pelas mãos de cinco desembargadores.

Outro lado - Não conseguimos contato com o proprietário da Fazenda Santa Cruz, nem seus advogados. O espaço segue aberto para manifestação.

 

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