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O Araguaia perde o cacique Daniel Coxini Karajá

14/03/2024 - 15:29

Redação

O Araguaia perde o cacique Daniel Coxini Karajá

Foto: Reprodução

Aos 77 anos, Daniel Coxini Karajá, cacique líder do povo Karajá em Mato Grosso, Goiás e Tocantins, perdeu a luta contra a doença de Alzheimer, a qual enfrentou durante anos. Fechou os olhos para sempre, em sua casa na cidade de São Félix do Araguaia, na terça-feira (12) e seu corpo foi sepultado num ritual de seu povo, na aldeia indígena Fontoura, na Ilha do Bananal (TO).

A morte de Daniel Coxini Karajá foi lamentada pelo deputado estadual licenciado Júlio Campos (União). O parlamentar disse que o líder Karajá foi “Um verdadeiro estadista em defesa do seu povo e que com sabedoria, maturidade e habilidade abriu os espaços necessários e impediu que ações externas afetassem o modo de vida Karajá”.

Júlio Campos enviou condolências aos familiares de Daniel Coxini Karajá, ao povo Karajá e aos demais povos originários aldeados no Vale do Araguaia, que foi a área de atuação do cacique que nos deixou.

ELE - Bacharel em Ciências Sociais na turma de 2001 de Licenciatura Intercultural Indígena da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em Barra do Bugres, Daniel Coxini Karajá foi chefe do gabinete da Funai, recebido pelo presidente da França, coordenador da Funai em São Félix do Araguaia, professor e orientador no DSEI Araguaia, atuante na demarcação do Parque Indígena do Araguaia do qual foi diretor, e voz presente no seminários, encontros e reuniões Brasil afora para debater temas de interesse dos povos indígenas.

Voz respeitada nos aldeamentos dos karajás em Mato Grosso, Tocantins e Goiás, e fora dos mesmos, Daniel Coxini Karajá defendeu a cultura, as tradições, os saberes, as crenças e a territorialidade de seu povo sem permitir nenhum incidente com a sociedade envolvente na vizinhança.

Em São Félix do Araguaia Daniel Coxini Karajá foi confidente do bispo Dom Pedro Casaldáliga e manteve os melhores laços de cordialidade com aquele prelado desde sua chegada naquela cidade em 1970, quando padre; presenciou sua sagração episcopal pelo bispo Dom Tomás Balduíno, em 27 de agosto de 1971; não arredou pé de seu velório e acompanhou seu corpo para sepultamento no Cemitério Karajá, em São Félix do Araguaia no dia 12 de agosto de 2020.

Daniel Coxini Karajá assinou o manifesto em defesa da construção da rodovia TO-500, conhecida como Transbananal, para cruzar a Ilha do Bananal ligando Mato Grosso e Tocantins, mas o fez observando que a obra teria que cumprir a legislação ambiental.
 

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