Jair Bolsonaro gastou R$ 27,6 milhões no cartão corporativo. As despesas foram publicadas pelo governo federal, que disponibilizou informações sobre os gastos realizados por ex-presidentes, desde 2003. Reportagem do Estadão nesta quinta-feira (12) mostra detalhes da gastança.

De acordo com os dados disponibilizados pela agência Fique Sabendo, especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI), o ex-presidente gastou pelo menos R$ 13,6 milhões com hospedagem. A estadia no Ferraretto Hotel, em Guarujá, onde se hospedava com certa frequência, custou R$ 1,46 milhão ao longo de quatro anos. Segundo o levantamento, o valor seria suficiente para pagar 2.900 diárias ao preço médio de R$ 500.

O restaurante Sabor de Casa, em Boa Vista (RR), que serve marmitas ao preço promocional de R$ 20, recebeu dois pagamentos – de R$ 28 mil e R$ 14 mil - em setembro de 2021.  Em 26 de outubro de 2021, quando Bolsonaro estava na cidade para verificar a situação de refugiados vindos da Venezuela, consta uma nota no valor de R$ 109 mil.

Em panificadoras os gastos em vários estabelecimentos passavam de R$ 10 mil – quase oito salários mínimos de uma única vez. Por 20 vezes ao longo do mandato de Bolsonaro, foram realizados gastos significativos em uma das filiais da padaria carioca Santa Marta. As notas fiscais variam de R$ 880 (menor valor) a R$ 55 mil (maior valor), com média de R$ 18 mil. Ao todo, o estabelecimento recebeu R$ 362 mil do cartão corporativo da presidência. Um dos gastos – de R$ 33 mill – foi no dia 22 de maio de 2021, na véspera de uma motociata realizada no Rio de Janeiro. 

Em cinco sorveterias foram feitas 62 compras, que somaram R$ 8,6 mil. Em uma única vez foram gastos R$ 540. 

Para quem insistia em passar a imagem de simplicidade, as despesas com o cartão corporativo revelam o gosto pelo luxo.

Os dados das despesas nas datas das motociatas estão em levantamento.