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Notícias | Legislativo

DEM vai formalizar pedido de refúgio para cubana que abandonou o Mais Médicos

05/02/2014 - 17:51

Ana Raquel Macedo

O vice-líder do DEM deputado Ronaldo Caiado (GO) afirmou, após reunião com ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que o partido deverá formalizar até o final da tarde desta quarta-feira (5) o pedido de refúgio no País para a médica cubana Ramona Matos Rodriguez. Ela abandonou o programa Mais Médicos, pelo o qual atuava desde o final do ano passado em Pacajá, no interior do Pará.

Ramona pediu abrigo à liderança do DEM na Câmara dos Deputados na terça-feira (4), depois de suspeitar de que estava sendo vigiada pela Polícia Federal (PF) após deixar o Pará no sábado (1º).

De acordo com a Lei 9.474/97, o Brasil poderá reconhecer como refugiado a pessoa que, “devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país”. A lei define mecanismos para a implementação, no Brasil, do Estatuto dos Refugiados, da Organização das Nações Unidas (ONU).

Desvinculação
O ministro da Justiça disse que não há qualquer justificativa para a cubana estar sendo monitorada ou investigada pela PF porque, segundo ele, enquanto estiver vinculada ao Mais Médicos, Ramona tem licença para trabalhar no País como médica. Cardozo afirmou que o Ministério da Justiça e a Polícia Federal estão abertos para eventuais denúncias de apurações ilegais sobre o caso.

Antônio Augusto / Câmara dos Deputados
Min. da Justiça, Eduardo Cardozo, pede urgência na aprovação de projetos contra violência, após deixar comissão geral no Plenário (19.03.13)
Cardozo: até o momento, Ramona não foi oficialmente desvinculada do Mais Médicos.

 ]Até o momento, de acordo com o ministro, o Ministério da Saúde não desvinculou Ramona Rodriguez do Mais Médicos. Cardozo explicou ainda que, se ela for excluída do programa, aí, sim, perderá o visto e a licença para atuar como médica no Brasil e poderá ser deportada.

No entanto, o ministro informou ao Democratas que, uma vez formalizado, no Ministério da Justiça, o pedido de refúgio, a lei permite que Ramona permaneça no País até o julgamento do processo. Durante esse período, ela poderá, inclusive, trabalhar, mas, para exercer a medicina, terá de se submeter à legislação comum ligada ao setor e não mais às regras simplificadas que regem o Mais Médicos.

Reclamações da médica
Em coletiva à imprensa mais cedo, Ramona Rodriguez relatou que se sentia vigiada e que não tinha liberdade para viajar a outras cidades sem ter de comunicar a médicos cubanos que também participam do programa.

Leia também: Salário: Caiado diz que médica cubana foi enganada

Ela contou sentir-se ainda enganada porque, enquanto médicos brasileiros e de outras nacionalidades recebem R$ 10 mil pelo Mais Médicos, ela recebe apenas 400 dólares, cerca de R$ 900. Pelo contrato assinado em Cuba, Ramona também recebia 600 dólares (R$ 1.350, aproxidamente) depositados todo mês em uma conta-poupança de seu país de origem.

 

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