Os deputados se reúnem no início da manhã desta quarta-feira (18), às 8 horas, no Palácio Paiaguás, com o governador Silval Barbosa (PMDB), para discutir medidas que culminem com o fim da greve dos profissionais da rede pública estadual de ensino. Por isso, a sessão matutina está suspensa para que todos os parlamentares participem. Essa decisão foi unânime durante a reunião do Colégio de Líderes, realizada na terça-feira (17), que contou com a presença do secretário estadual de Educação, Ságuas Moraes (PT).
O anúncio foi feito durante a sessão de ontem, pelo deputado José Riva (PSD), que defende o diálogo como o melhor caminho para colocar fim ao impasse, que já se arrasta por 35 dias e prejudica o calendário escolar. “Na reunião do colégio de líderes foi unânime a posição da Assembleia, de que o governo deverá conversar com a categoria para formular uma proposta. Tivemos a oportunidade de debater com professores e, por isso, pedimos ao governador Silval que reabra o diálogo”, informou Riva aos representantes do Sintep e da CUT, presentes nas galerias do Plenário das Deliberações.
“A sessão está suspensa até que seja realizada essa reunião com o governador”, assegurou o presidente da Casa, deputado Romoaldo Junior (PMDB). O deputado Ezequiel Fonseca (PP) disse que o governo judicializou a greve dos professores, pediu cálculo ao Sintep sobre condições financeiras para o reajuste salarial da categoria, mas não abriu ao diálogo. “Alunos estão prejudicados porque não há mais tempo para recuperar o ano letivo em 2013”.
GREVE - Os professores da rede pública estadual estão em greve há 35 dias. Orlando Francisco, secretário de Finanças do Sintep - Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), disse que a paralisação vai continuar enquanto não houver uma negociação com o Governo do Estado que atenda às reivindicações da categoria.
“Mais uma vez viemos pedir o posicionamento da Assembleia Legislativa, pois até o momento não há posição concreta do governo em relação às nossas reivindicações”, disse Orlando, que liderou os representantes da categoria durante a sessão desta terça-feira (17).
Com uma pauta extensa, o Sintep destaca entre os pedidos a questão salarial dos profissionais. Orlando ressalta que um estudo feito recentemente apontou que o estado tem receita compatível com o reajuste solicitado. “O estudo mostra que é possível atender nossa reivindicação, saindo de 25% para 27% conforme percentual previsto na Constituição Estadual. E saindo dos 60% da folha para 65% da folha de pagamento. Isso seria um correspondente a 10.41%, mais a inflação do período, ou seja, 15% para pagar o piso salarial em 2013 considerando maio como a data base”, explicou o secretário.
A categoria defende também que, diferente do governo que propõe fazer mais um concurso público em 2014 para atender o setor, o Sintep quer que seja dado provimento de cargos para os aprovados e classificados no último certame. Além disso, que pede a garantia da hora-atividade prevista na Lei Orgânica dos Profissionais da Educação Básica - Lopeb aos professores interinos.
Caso não haja posicionamento a greve continua e o acampamento também nas proximidades da Secretaria Estadual de Educação – Seduc, no Centro Político Administrativo, onde o Sintep oferece apoio para os profissionais, com alimentação, serviços de som, tendas e transporte para facilitar a participação dos profissionais de outros municípios da rede pública de ensino, distribuídos em 15 regionais. Em média, 50 pessoas permanecem no acampamento por dia, que inclusive dormem no local.