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04/09/2025 - 19:09 | Atualizada: 05/09/2025 - 09:25

ABSURDO: Vereador bolsonarista delira e quer proibir livro didático que mostra obra de Picasso

Mais um delírio que beira o absurdo é cometido por um apoiador de Jair Bolsonaro (PL). O vereador Rafael Ranalli (PL), de Cuiabá, no Mato Grosso, quer censurar uma obra de arte. Ele pretende proibir a distribuição de um livro didático que mostra o quadro Le Rêve, de autoria do renomado pintor espanhol Pablo Picasso.

Ranalli enxergou na obra conteúdo erótico e apontou que crianças de 5 anos das escolas municipais estariam em contato com material inadequado, por meio de livros da educação básica.

“Nesta semana chegou a vários vereadores a denúncia de que a obra de Picasso está no conteúdo de crianças, pasmem, de 5 anos. A minha filha tem 5 anos. É uma imagem que retrata uma amante de 17 anos, que contém um desenho que simboliza um pênis. A menina mostra o seio e ainda aparece se bolinando. Esses absurdos, a classe política tem que combater”, declarou o bolsonarista, em entrevista ao site O Documento, de Cuiabá.

A história colou e o projeto, de autoria do vereador, que proíbe uso e distribuição de livros com o que ele classifica de conteúdo erótico nas escolas municipais, avançou na Câmara, depois que 21 vereadores votaram favoravelmente para derrubar parecer contrário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Segundo a proposta, “será considerado conteúdo erótico qualquer material com descrições ou representações gráficas de caráter sexual, explícito ou implícito, incluindo palavrões, órgãos genitais, relações sexuais ou atos libidinosos em textos, imagens, áudios ou vídeos”.

“Está acontecendo com seu filho”

“Na semana passada, derrubamos o parecer da CCJ que pedia a rejeição do nosso projeto. Aí, quando a gente traz projeto para proteger a infância, dizem que aqui não é o lugar. Está acontecendo em Cuiabá, está acontecendo com seu filho: imagem erotizada para criança de 5 anos. Isso é papel da família. Dentro da família, quando chegar o momento oportuno, a família sabe quando entrar no assunto”, argumentou o bolsonarista.

Ranalli foi mais longe e sugeriu que o prefeito Abílio Brunini (PL) crie uma comissão, dentro da Secretaria de Educação, para analisar e, possivelmente censurar, livros didáticos.


 

 
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