28/07/2024 - 09:44 | Atualizada: 29/07/2024 - 15:33
Um levantamento divulgado mostrou que quase 47% do eleitorado procura candidatos a prefeito e vereador sem vínculos com o presidente Lula da Silva (PT) e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A pesquisa evidencia a vontade de renovação por parte da população e a expectativa de um novo modelo de liderança na política.
A população está cansada de tanta polarização sem fundamento e que só leva aos extremismos, sem benefício nenhum para a sociedade.
Já uma pesquisa do instituto Futura Inteligência, divulgada em janeiro deste ano e que trouxe dados de 15 capitais brasileiras, mostrou que, na maioria delas, a população não apontou ter preferência ideológica na hora de escolher seu candidato. De acordo com o levantamento, que perguntou se “o posicionamento político do candidato é importante na decisão do seu voto?” e “se sim, tem preferência por algum posicionamento político?”, a maioria dos entrevistados de oito capitais – Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Recife, Salvador, São Luís, Belém e Manaus – mostrou ser indiferente à questão ideológica.
Mesmo que Cuiabá tenha figurado no rol das capitais em que os entrevistados se identificaram mais ou menos com a direita ou a esquerda, o compilado geral dos dados aponta para um eleitorado cada vez mais moderado e que tenta fugir de polarizações radicais. O cenário político das grandes cidades mato-grossenses neste ano parece corroborar esse ponto. Pesquisas de intenção de voto revelam que os pré-candidatos que melhor pontuam, até o momento, são justamente aqueles com posturas e discursos mais moderados, ao centro, do que à direita ou à esquerda.
Segundo as pesquisas, o deputado estadual Eduardo Botelho (UB) e pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá aparece em primeiro lugar na pré-corrida eleitoral. Logo atrás, aparece o deputado federal Abilio Brunini (PL) e, em seguida, Lúdio Cabral (PT). Mesmo os dois colocando a si mesmos em espectros ideológicos (Abilio de direita e Lúdio de esquerda), Botelho é visto como de centro.
Não faltam entrevistas nas quais Eduardo Botelho se orgulha em destacar que é o tipo de político aberto ao diálogo com todos os nomes, independente do espectro político. “Tenho bom diálogo com todos”, disse.
Já Lúdio Cabral, que se autointitula de esquerda e admite contar com o apoio do presidente Lula da Silva para tentar se eleger como prefeito de Cuiabá, é outro que, em gestos e diálogos, e talvez mais pelo espírito público e diplomático, se coloca mais na esquerda propriamente dita.
O deputado Eduardo Botelho já se manifestou que “o nosso interesse é construir uma frente ampla. A frente ampla tem de ser verdadeira, e não apenas no discurso. Nesse sentido, precisamos ter humildade, coração aberto para agregar divergentes que possam colaborar com nossa chapa por meio do seu trabalho. Divergentes podem ser unidos em prol da cidade, e acredito que é disso que Cuiabá precisa hoje”, disse o parlamentar.
Hoje, a liderança de centro é o deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil), com uma política moderada. Nada de radical, sempre colocando o diálogo como meta principal, são os comentários da maioria dos deputados na Assembleia Legislativa do estado de Mato Grosso.
Com vasta experiência na vida pública, Botelho reflete justamente que a maioria da política do Brasil é de centro. “Às vezes centro-esquerda, um pouco centro-direita, mas o eixo central, a maioria do pensamento político do Brasil, é de centro”, avaliza o deputado Carlos Avalone (PSDB).
Para Avalone, para ter governabilidade e estabilidade política, é imprescindível que o mandatário tenha um partido de centro, centro-direita ou centro-esquerda para o diálogo no Legislativo. “Ou seja, alguém que dialoga com o não-radical. É aí que é o eixo, é a base pra gente avançar na aprovação de políticas públicas estruturantes, e não políticas públicas performáticas ou periféricas”.
“Ele (Botelho) tem um potencial em construção. Ele é capaz de ter diálogo com outros setores, etc. Ele tem liderança com capacidade de diálogo, de articulação, tudo isso. Com a sociedade, de ter um projeto pro futuro consistente”, argumenta.