MPF suspeita de envolvimento de Jair Bolsonaro no esquema dos pastores no MEC; caso volta ao Supremo
O Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Justiça envie a investigação sobre o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o MPF, conversas telefônicas de Milton Ribeiro, gravadas com autorização da Justiça, apontam "indício de vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações".
O juiz Renato Borelli, da Justiça Federal em Brasília, acolheu o pedido foi aceito e será encaminhado ao Supremo, sob relatoria da ministra Cármen Lúcia. Ribeiro foi preso preventivamente na última quarta e solto um dia depois. Ele e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura são suspeitos de participar de um “gabinete paralelo” para liberação de verbas do MEC. Em áudio divulgado em março pela Folha de São Paulo, Ribeiro afirmou que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, repassava verbas a municípios indicados por um dos pastores. Eles negam as acusações.
Conversa gravada
Na decisão publicada, o juiz federal descreve trechos de interceptações telefônicas, obtidas pela operação “Acesso Pago”, da Polícia Federal, nas quais o ex-ministro Milton Ribeiro demonstra receio com a investigação.
“Eu acho assim, que o assunto dos pastores é uma coisa que eu tenho receio um pouco é de… o processo… fazer aquele negócio de busca e apreensão, entendeu?”, diz Milton Ribeiro em um dos registros obtidos pela Polícia Federal, em conversa com uma pessoa identificada como Adolfo.
Suposto envolvimento de Jair Bolsonaro
O Ministério Público Federal cita o presidente no pedido acolhido pelo juiz. “MPF vem requerer que o auto circunstanciado número 2/2022, bem como o arquivo de áudio do investigado Milton Ribeiro que aponta indício de vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do Presidente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações, sejam desentranhados dos autos e remetidos, de maneira apartada e sigilosa, ao Supremo”, afirma documento assinado pelo procurado Anselmo Lopes. (Com informações da Globonews e CNN)
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