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15/06/2022 - 19:07

Governo federal tenta regulamentar lobby por meio de projeto de lei

Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei enviado pelo Poder Executivo que visa regulamentar atividades de representação privada de interesses junto a agentes públicos, também chamada de lobby. Segundo o governo, o objetivo do PL 4391/21 é “tornar mais clara a representação privada de interesses, possibilitando, com isso, maior efetividade na repressão às condutas reprováveis”. Atualmente, a atividade não é regulamentada, mas sabidamente ocorre com frequência nas esferas políticas do país. “Hoje a atividade de lobista existe em todos os lugares. Câmaras de vereadores, Assembleias Legislativas, Câmara Federal e Senado. Na prática, ela existe”, afirma o deputado federal Delegado Waldir Soares (UB).

Além do interesse governamental, a regulamentação da atividade também aparece como recomendação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organização que reúne economias avançadas e do qual o Brasil pretende se tornar membro. Apesar de regulamentada nos Estados Unidos, no entanto, o tema levanta polêmica na Europa. Por lá, a regulamentação ocorre em poucos locais e, quando ocorre, é de modo insuficiente segundo documento da Transparência Internacional.

A partir do projeto, o governo visa definir normais gerais que possam ser aplicadas a todos os entes federados, consórcios públicos, autarquias, fundações e empresas estatais. Por outro lado, o governo também pretende tratar normas específicas aplicáveis somente à União.

O projeto prevê normas sobre as audiências com lobistas, que deve ter mais de um agente público; e divulgação de agenda que identifique lobista e clientes, inclusive em reuniões na internet. Nesse caso, deverão ser publicadas informações sobre audiências com ministros de Estado, servidores do alto escalão e congressistas. Além disso, o texto trata de regras da chamada “hospitalidade” e da oferta de brindes e presentes, desde que de baixo valor, entregues publicamente e registrados na contabilidade da pessoa jurídica ofertante.

Para o Delegado Waldir, é correto traçar o conjunto de regras, já que hoje a atividade existe, mas sem normas claras para exercício. “Eu sou favorável à regularização da atividade, porque aí você terá todas as regras. Você muda o relacionamento e eles [os lobistas] deixam de ser criminalizados para andar livremente buscando apoios para sua determinada atividade ou categoria”, defende.

 
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