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05/10/2021 - 12:58 | Atualizada: 06/10/2021 - 16:23

Paulo Guedes e Roberto Campos Neto são convocados a explicar contas em paraíso fiscal

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (5) dois requerimentos de convite ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Eles devem explicar por que mantém recursos em contas offshore no exterior, de acordo com documentos revelados pelo projeto Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.

Os requerimentos dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jean Paul Prates (PT-RN) foram originalmente apresentados como convocação apenas para Paulo Guedes. Durante a reunião da CAE, os parlamentares concordaram convertê-los em convite, estendido também a Roberto Campos Neto. O ministro da Economia e o presidente do Banco Central sugeriram a data de 19 de outubro para a audiência pública.

De acordo com os documentos da Pandora Papers, Paulo Guedes abriu a offshore Dreadnoughts International nas Ilhas Virgens Britânicas em setembro de 2014. Nos meses seguintes, aportou US$ 9,54 milhões — o equivalente a mais de R$ 50 milhões na cotação atual.

— Imagine o brasileiro acordar com a manchete de que o presidente da Petrobras é dono de posto de gasolina. É mais ou menos isso: a política econômica deste governo fez com o que o patrimônio no exterior do ministro da economia mais do que dobrasse. Talvez você não tenha aí uma ilegalidade. Talvez. Mas seguramente temos um conflito de interesse e é importante que isso seja expresso — disse Alessandro Vieira.

Senadores governistas minimizaram as revelações da Pandora Papers.

Para o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), Paulo Guedes e Roberto Campos Neto não têm “nada a esconder”. De acordo com o parlamentar, os requerimentos apresentados à CAE têm a objetivo exclusivo de desgastar o governo federal.

— Não tem absolutamente nada de equivocado com o patrimônio do ministro Paulo Guedes. O senador Alessandro [Vieira] apresenta um requerimento para causar mais confusão. Acho muito ruim quando se tenta usar um palanque importante como CAE para desgastar o governo. Isso impacta em cotação do dólar, bolsa de valores e confiança de investidores internacionais, que ficam preocupados com a instabilidade política que a oposição constantemente mantém acesa — disse Flávio Bolsonaro.

 
 
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